Frutas no Deserto II
Após degustar a deliciosa fruta da sabedoria, peguei minha mochila, agora mais leve, e parti sem rumo. Encontrei flores, lírios e jasmins... No cabelo coloquei alecrim.
Ansiava afogar o sentimento que fazia morado em meu peito. Resolvi sentar debaixo da Mangueira, que estava no canteiro do caminho. Tirei os sapatos, coloquei os pés no sobre a Terra vermelha, abri a mochila... Levei um grande susto, ela estava vazia.
Nada de roupas, dinheiro, coleções... Os Deuses haviam levado as minhas ambições. Deixaram apenas, algo que pudesse escrever... Uma pena rosa e um pergaminho marrom...
Lágrimas rolaram por minha face...
O recado era curto e direto: O SOFRIEMENTO AJUDA AMADURECER! É ASSIM QUE VOCÊ VAI CRESCER!!!
Céus!!! Eu estava ali, sentada diante da mais perfeita Guarda Celeste...
Ele balançou as asas, e voou para o céu. Permitiu apenas que tocasse a tua face.
Comecei então a escrever... Colocava o que vinha na mente... Registrei tudo, embrulhei e coloquei dentro da garrafa azul. Tampei, levantei devagar, estava exausta. Resolvi deixar ali embaixo da árvore o meu passado, as minhas lembranças e seguir rumo ao mar. O caminho era longo, mas eu sabia que só ele poderia afundar o sentimento que vivia me atormentar.
Descalça vestida apenas pela Luz da Lua, caminhei... Caminhei e caminhei.
Não reclamei, afinal, iria enfim me libertar.
De repente a grande explosão aconteceu.
Pétalas de Rosas Vermelhas começaram a cair do céu, o dia virou noite e a noite virou dia.O céu estremeceu, e por entre a Terra, o Mar apareceu!
Sobre as águas do extenso mar, Iemanjá apareceu Bela diante de o meu singelo olhar.
Fitou o meu olhar, saldou-me lentamente com a cabeça... E magicamente sorriu para mim.
Na beira do Mar, fiquei a observar a Rainha do Mar...
Calmamente falei do meu naufrágio emocional....Chorei, chorei muito....Lavei minha alma nos teus braços....Ela afagou os meus cabelos com carinho e adormeci profundamente.
Deitada sobre as ondas despertei com um suave perfume penetrando as narinas e uma rosa branca no peito...
A garrafa o marujo carregou e a dor Iemanjá levou para o fundo Extenso Mar.
Continua>>>