O ANJO

Estava ateu em minha fronte, quando, de não sei onde, apareceu uma fé esquisita.
Dessas que não se sabe de onde vem, mas vem, e quando chega, revoluciona tudo.
Nada me era fabuloso. Tudo me era enfadonho, até o mais medonho desespero.
Até a mais retumbante gargalhada. Não via nada de diferente no que me era igual.
Então, uma menina me olhou nos olhos. Tinha lá seus sete anos. Perguntou porque era tão triste meu anjo.
Disse-lhe que não entendia.
Repetiu!
Fiz cara de perdido.
Ela renovou sua interrogação e completou:
“Você não vê seu anjo, ele chora;
Cada vez que você da de ombros.”
Sorri um riso amarelo. Ela continuou:
Ele esta quase voando para longe. Vai perde-lo e ele é tão belo.
Olhei em volta, primeiro para procurar tal anjo, depois para procurar a mãe desta cria insana. Busquei no horizonte de meu olhar e não achei nem uma nem outra
Voltei a visão para a infante. Qual surpresa? Não estava lá
Tremi! Meu corpo tremeu.
O que é isto, estou louco?Era uma troça?
Procurei alguém risonho perto, nada!
Parei então, no alto de minha racionalidade para achar tenência
Virei minha cabeça do avesso. Mas nada saiu de lá.
Por fim. Dei ouvido ao meu canto escuro da mente
Aquele a quem xingamos quando nos falta solução a algum problema , e ele nos vem com baboseiras. Só ele agora poderia me salvar.
Então, me devolveu uma única afirmação que me gelou a alma
“Não vês? Ela a era teu anjo”.
Ita poeta
Enviado por Ita poeta em 11/07/2009
Reeditado em 21/04/2010
Código do texto: T1693398
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