DÂM E PÊS - Dueto do infinito

(O Damasco e o Pêssego)

Para alguns, o universo é duo

Traz em si duas divisões,

Duas faces da mesma moeda

Contrárias e semelhantes

Parceiras e inimigas

Dâm e Pés são assim

Surgiram assim

Cresceram assim

Um nasceu a luz da lua

Brilho de poeta

Negra silhueta

Tão sensualmente obscura

Instigante e misteriosa

Gosto de damasco

Forte mas sublime

Outro nasceu sob o raio do sol

Tarde fumegante

Força e ventania

Destreza e energia

Tão intenso quanto o astro rei

Tão caliente e abrangente

Rápido, esperto, rasteiro

Aroma de pêssego

Sedento desejo ardente

Nos aquece a alma e o ventre

Ambos desconhecidos

Um pro outro

Mas em um breve

Momento eterno

Se encontram

E se tornam quase irmãos

Carne e sangue

Suor e areia

Cheiro e olho

É destes encontros inconcebíveis

Que só um acaso do destino

Ou traquinagem divina

Fornecem

Trema mundo ancião

Dâm e Pés

Estão chegando.

Extraído do conto homônimo “Dâm e Pês – O Damasco e o Pêssego.”

Ita poeta
Enviado por Ita poeta em 27/06/2009
Reeditado em 27/06/2009
Código do texto: T1670846
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