Fábulas de Allumbra – O Basilisco

Fábulas de Allumbra – O Basilisco

Fama, orgulho e ouro, eram palavras freqüentes nos lábios de William, um jovem e solitário mercenário. Queria ter tudo o que o seu ego pudesse desejar, mesmo que tivesse de vender a própria alma, por ouro era capaz de vender a própria mãe, se ao menos soube-se quem ela era, pois desde pequeno aprendera a viver sozinho.

Certa noite na taverna Olho do Dragão, boatos que corriam de boca em boca chegaram aos seus ouvidos, de que uma caverna abrigava tesouros e preciosidades inimagináveis, talvez roubados e guardados pelos lobos, uma extinta guange, pertencente às cidades próximas a Aurum.

Tratou de colher informações importantes para sua empreitada, e principalmente o mapa com o destino desejado.

Finalmente depois de longos dias de viagem ele encontrou a caverna. O sol brilhava na terra dourada, encoberta por grandiosas árvores, era monstruosa como a boca de uma fera prestes a devorá-lo. Caminhou furtivo entre pedras e ossos, entre imensos corredores lúgubres e úmidos até encontrar o ouro que tanto desejara milhares de pedras preciosas dos mais diversos formatos, coroas, jóias e amuletos espalhados pelo lugar. Seus olhos de cobiça brilhavam intensamente sobre o ouro iluminado pela tocha.

Rapidamente encheu os bolsos com todo o ouro que podia carregar, ao sair reparou que o brilho do ouro desaparecia e lentamente com a luz do sol se transformava em pedra.

Subitamente uma voz surgiu por entre as sombras, caminhando em direção a luz;

_ este é o ouro dos tolos, meu ambicioso amigo... Vá embora e deixe este ouro amaldiçoado para trás...

_ seu velho tolo, este ouro tem de ser meu custe o que custar!

O velho sorriu e disse então;

_ que seja feita a sua vontade....

Então os braços colaram ao corpo, a pele se tornou áspera e úmida, os olhos grandes e verdes como jade. William havia se transformado em um Basilisco, uma serpente gigantesca que transformava em pedra tudo o que fitava com o olhar.

_ permaneça assim em sua débil ignorância, tua ambição foi tua perdição. Vivera entre os tempos perseguindo homens e protegendo teu tesouro!

O mago desapareceu abandonado o ser monstruoso que havia criado. Os tempos passam, historias e lendas são cantadas pelos antigos bardos, de que o Basilisco permanece arrastando - se entre as profundezas esquecidas das terras de Allumbra.

Este conto faz parte do Projeto Crônicas de Allumbra, registre opiniões e sugestões. Obrigado pela Leitura.

Taiane Gonçalves Dias
Enviado por Taiane Gonçalves Dias em 02/06/2009
Reeditado em 11/07/2010
Código do texto: T1628758
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.