dia de cortesã – 4º Dia

Isto pretende ser um conto de hipotéticos Cem Dias De Cortesã, resolvida a escrever 100 dias da sua vida. É uma ideia que não foi retirada das Mil e Uma Noites, a ideia foi lida num site e dá-me prazer imaginar que essa personagem possa existir respirando existência própria, na imaginação de quem lê.

Também bebe da realidade dum outro conto, cuja numeração dos seus dias é bem mais caótica estranha e heterogénea, refiro-me aos Contos Eróticos. Remetendo para o Recanto das letras, num autor que se identifica com a biografia que o liga a esta escrivaninha n.º 656 onde desenvolvo este conto.

Com estas coordenadas servindo de referencia, estes dias oscilarão entre contos e textos eróticos. Ficar-se-ão por esta introdução, no mínimo, estranha? Devo lembrar que o primeiro Conto Erótico foi o Conto erótico 1, o que parece normalissimo. Não é pois por aqui que vamos dar ao 4º Dia, antes decorrendo esse facto da vida da cortesã ter sido escrita apenas durante três dias dos cem dias que... ainda não chegou a ter.

Esta narrativa mais não é que uma sugestão para que essa história possa continuar, começando por uma pergunta: «Sem mais dias desta cortesã?». Isto remete-me para a ideia duma gueixa, esta uma artista não oriental mas sim ocidental, por ventura, acidental. Sendo tempo de ver o que me ocorreu escrever depois de ler a existência de apenas três dias, dos cem que ainda não foram. Comecemos na pergunta:

Sem mais dias desta cortesã?

§

O quarto dia da vida de cortesã demora o tempo que demora, depois dos primeiros três. Só explicar que esteve a viver os últimos meses numa ilha paradisíaca, apenas a satisfazer o prazer de quem a pode e pôde comprar, até ela já não querer ser mercadoria.

Dizer como ela fez sentir essa vontade, é contar que a vontade dela consiste em saber fazer da dos outros sua vontade. Foi ele, que queremos desconhecer e com quem não vamos gastar uma letra dum nome… Foi ele, que a deixara no meio de animais de estimação e criados, até regressar e a encontrar ocupada a escrever na Net e desejosa de lhe descrever a última relação virtual. Azar dos azares, pois, posto isto, o personagem sem nome, pôs fim à relação.

Melhor dizendo, mandou-a no avião particular de volta à precedência. Não sem antes perguntar se preferia levar dinheiro dentro duma carteira que recebera de presente, ou receber de presente o colar de diamantes cujo estojo estava dentro da carteira? Ao que ela respondeu que, conhecendo o bom gosto dele, queria o colar de diamantes.

Nesta parte da história, quase forçando a nota do mau gosto de quem sabe estar a propor algo a destempo, ela ainda perguntou se valeria a pena despir-se para ele ver o colar posto, ao que ele respondeu que o avião estava pronto a partir. Perfeita verdade, pois bastou chamar o piloto e adeus ilha.

Assim como decidiu deixar aquele mentor, quis e consegui trazer com ela um guaxinim. Não sei se isso tem a ver com a narrativa ter ficado por aqui? Talvez ela conte, se gostar de improvisar a partir daqui, como a contagem dos dias perderam o referencial, passando de cem dias a sem dias.

Assim ou assado, frito ou cozido, em Banho Maria…

Ora ela poderá ou não dizer porque dos cem dias mais nenhum registou, além dos primeiros três que a terão levado a uma ilha donde agora saiu. Como continuar este conto, como vou acabá-lo? Há sempre a possibilidade de dizer ser a história de cem dias, sem os três primeiros, aqui no quarto dia. Nada que estranhassem no autor de Contos Eróticos, julgo eu. Ora pretendo inspirar-me nos ditos cujos contos eróticos, para já, apenas para eles chamando a atenção. Porquê? Mera curiosidade, nada relacionada com o parágrafo com que vou fechar esta prosa:

Tenho uma proposta a fazer, se algum leitor tiver a gentileza de propor um enredo para acrescentar mais um dia, ajuda-me a passar o tempo e a usar a imaginação.

R

{Não faço ideia de qual seja a ideia, espero que alguém proponha uma continuação, para ver o que dá. Prosa, narrativa, conto, este R é um cromo!...

A companhia de R só vem ao encontro de quem não se importa de passear em labirintos, depois do ler é um pouco o que sinto. Não deixa de me deixar curioso e isso, além de ser curioso, obriga-me a reconhecer alguma pertinência...

Geralmente escrevo antes de ser influenciado pelas leituras, comentários, etc...

Hoje o grande Etc... é que vou sair, deixo agradecimentos a quem escreveu duplix com “matinal” e amanhã vou ter de me dedicar à causa e transcrever os que já existam.

Beijos & Abraços.}

Francisco Coimbra
Enviado por Francisco Coimbra em 24/05/2006
Código do texto: T162179