Olho da tempestade

Desde o começo ela percebeu que não deveria acreditar em tudo, a intuição a flor da pele se encarregou de sinalizar os riscos, freando a empolgação.

Com o tempo ele se revelou lentamente, sem que ela precisasse fazer esforços para descobrir de que ele não era tão sincero assim, tão pouco seguro de si mesmo.

Com o passar do tempo Sidnei foi mostrando fases de sua personalidade. Típico carretel, aos poucos desenrolando várias identidades. Em cada uma delas um homem diferente, que se encarregava de enrolar a si mesmo, além das situações e pessoas com quem ele se relacionava.

Tinha um temperamento amoroso, mas ao primeiro sinal de contrariedade de suas vontades logo saia de cena. Camuflando suas próprias emoções. Com receio do apego, escolhia fugir dos conflitos naturais de uma relação a dois, sempre se afastava.

Talvez fosse caso de análise, mas Patrícia não tinha nenhuma intenção em se envolver neste contexto. Ninguém melhor do que ela mesma para saber que entraria no olho da tempestade, por algo que não valeria à pena.

Ao longo de sua caminhada aprendeu que situações podem ter mais de uma interpretação. Com está atitude segura, as imagens do horizonte não se alteraram, e ela pode seguir em paz.

A cada período de reflexão sua coragem lhe reforçava: acreditar na própria capacidade de tomar decisões acertadas faz muito sentido. Principalmente, quando se vislumbra um amanhecer de luz, e sem ilusões.

Cássia Nascimento
Enviado por Cássia Nascimento em 25/05/2009
Reeditado em 25/05/2009
Código do texto: T1613466