SONHO SONHADO
É madrugada! Ana Clara não consegue conciliar o sono. Rola de um lado para o outro e chega às vezes a acordar o marido com seus pontapés nervosos. Carlos, mal-humorado, pede-lhe que tenha sossego e que o deixe dormir. Para ele, o dormir é fácil, porque é homem acomodado e insensível às inquietudes alheias. O casamento dos parceiros não lá vai muito bem, devido ao modo de tratá-la e não tomar conhecimento de seus méritos profissionais.
A jovem doutora Ana Clara sabe disto perfeitamente, mas já se acostumara àquele seu jeitto estúpido de ser, porém esta noite é diferente porque espera pelo resultado que sairá no dia seguinte com sua aprovação ou não para uma bolsa de estudos para Israel
Por volta das 16 h. do dia seguinte chegava a boa notícia. Ela fora classificada para um estudo sobre DNA. e a complexidade das doenças em centro de pesquisa avançado daquele lugar. Muita era sua ansiedade e alguma coisa no interior lhe dizia que iria ganhar mundo e já sonhava até com seu sucesso. Assim adormeceu...
Finalmente o dia amanheceu. Mesmo com fisionomia abatida, seu olhar não perdeu o briho, imaginando coisas novas que iria encontrar pelo caminho. Não sabia o porquê, era uma sensação estranha. Logo a seguir, Carlos, seu marido, vem ao seu encontro, com jeito brusco, apressando-a:- Vamos, mulher. Chega de espelho, assim vai perder o avião. Ela retoca sua maquilagem, pega sua valise de mão e chega com o marido até o carro do casl. O trajeto para o aeroporto transcorre normal e, como de costume, Carlos brigando ao volante quando alguém lhe tentava ultrapassar. Ela já se acostumara com suas grosserias. Talvez o marido se sentisse inferior a ela pelo seu potencial, pelo seu estudo, por tudo que ela realizara na vida. Despediu-se dele com um beijo fraterno e perguntou-lhe se não lhe desejaria sucesso nos novos estudos. Ele apenas lhe respondeu com poucas palavras dizendo que ela já era um sucesso, menos para ele que não entendia de ciência , DNA. e tantas outras descobertas da medicina.
Ana Clara sobe no avião. Quando este decola, sente sensação de pássaro livre que pode voar alto, muito alto sem que ninguém lhe controle os passos.
Ao chegar a Tel-Aviv é recebida por vários personagens do projeto do DNA. e sente-se feliz.
Logo no primeiro dia de aula, esquece os dissabores da vida e começa a expor sua curiosidade diante de tudo o que vê.
Os cientistas apresentam-se aos médicos e pedem que se dividam em grupos para iniciarem seus estudos de pesquisa. Ana Clara era a única sul-anericana do grupo. Dele faziam parte um indiano, um holandês, um judeu da Terra, dois norte-americanos. Ao apresentarem-se, fizeram logo amizade, pois todos falavam inglês e se compreendiam bem. Em um outro grupo estava um jovem químico, alto, moreno de olhos escuros e profundos que já conhecia alguma coisa do assunto e se mostrava sucetível a todos, sempre pronto a ajudar os colegas nas dificuldades. A médica gostava de ouvi-lo falar. Sentia uma sensação estranha, captava suas explicações como aluna adolescente apaixonada por professor. Ele já percebera e lhe lançava olhares significativos e insinuantes, o que ela por muitos anos esperava do marido. Era uma atração mútua. Assim. os dias sucediam-se rapidamente.
Nos intervalos das aulas, quando saíam para o café, a jovem procurava por ele para conversarem sobre os assuntos estudados, sobre seus projetos de vida, e toda vez que se recolhia a seu quarto pensava consigo mesma:"Bom se este curso fosse de maior duração, assim ela poderia ter por mais tempo aquele homem ao seu lado. Como seria aquele homem de olhar misterioso fora de seu ambiente de trabalho? Seria o Dr. Mohamed casado? Teria filhos?. Ou seria apenas um homem dedicado à ciência?
Meu Deus, meu Deus, eu estou apaixonada."
Três meses já erm trascorridos do curso e os médicos já saíam a passear por lazer a fim de recompor as forças do intelecto. Qual não foi a surpresa quando Mohamed pediu que ela sentasse junto a ele no ônibus que os conduziria a Jerusalém a passear. Ficou eufórica e não soube disfarçar seu contentamento na viagem. Durante o transcurso falou-lhe que era árabe, solteiro e que não era a favor das brigas no Oriente Médio; seu objetivo maior era a medicina e minimizar os sofrimentos da humanidade, descobrindo a cura para muitas doenças. A jovem médica sentia-se embevecida com ele. Começou então a falar de seus estudos e como ganhara a bolsa para aquela pesquisa.
O tempo caminhava e os dois passaram a viver um amor de adolescente, se bem que tímidos e cautelosos.
Certa noite passeavam por uma praia e como duas crianças passaram a correr pelas areias . Era uma noite extremamente linda, o luar presenteava aquele local com extraordinária beleza e eles se deixaram envolver como há muito desejavam. Abraçaram-se. Mohamed a olha com ternura e lhe diz sussurrando: - Minha menina.
Ao ouvir isso , abraça-o com firmeza, dizendo-lhe carinhosamente: - Como amo você! Por que é assim tão diferente, tão enigmático?
E, você, minha cara doutora, por que é tão dissimulada?
Ana Clara, assustada, abriu os olhos. Ao seu lado está Carlos que lhe enche de beijos e lhe diz: - Querida, há quanto tempo eu não ouvia isto . Eu também a amo, pena que por muito tempo só via ao seu redor a sua carreira, os seus estudos. Muitas vezes senti-me inferior a você. Talvez eu não tenha enxergado o quanto você vale na minha vida e como são importantes seus carinhos para comigo. Eu vou mudar.
- Que bobagem, Carlos. Você é o que é, e eu sou o que sou. Temos de entender isso.
A jovem médica toma seu banho matutino, apressa-se para o trabalho e tenta esquecer o seu sonho sonhado.
É madrugada! Ana Clara não consegue conciliar o sono. Rola de um lado para o outro e chega às vezes a acordar o marido com seus pontapés nervosos. Carlos, mal-humorado, pede-lhe que tenha sossego e que o deixe dormir. Para ele, o dormir é fácil, porque é homem acomodado e insensível às inquietudes alheias. O casamento dos parceiros não lá vai muito bem, devido ao modo de tratá-la e não tomar conhecimento de seus méritos profissionais.
A jovem doutora Ana Clara sabe disto perfeitamente, mas já se acostumara àquele seu jeitto estúpido de ser, porém esta noite é diferente porque espera pelo resultado que sairá no dia seguinte com sua aprovação ou não para uma bolsa de estudos para Israel
Por volta das 16 h. do dia seguinte chegava a boa notícia. Ela fora classificada para um estudo sobre DNA. e a complexidade das doenças em centro de pesquisa avançado daquele lugar. Muita era sua ansiedade e alguma coisa no interior lhe dizia que iria ganhar mundo e já sonhava até com seu sucesso. Assim adormeceu...
Finalmente o dia amanheceu. Mesmo com fisionomia abatida, seu olhar não perdeu o briho, imaginando coisas novas que iria encontrar pelo caminho. Não sabia o porquê, era uma sensação estranha. Logo a seguir, Carlos, seu marido, vem ao seu encontro, com jeito brusco, apressando-a:- Vamos, mulher. Chega de espelho, assim vai perder o avião. Ela retoca sua maquilagem, pega sua valise de mão e chega com o marido até o carro do casl. O trajeto para o aeroporto transcorre normal e, como de costume, Carlos brigando ao volante quando alguém lhe tentava ultrapassar. Ela já se acostumara com suas grosserias. Talvez o marido se sentisse inferior a ela pelo seu potencial, pelo seu estudo, por tudo que ela realizara na vida. Despediu-se dele com um beijo fraterno e perguntou-lhe se não lhe desejaria sucesso nos novos estudos. Ele apenas lhe respondeu com poucas palavras dizendo que ela já era um sucesso, menos para ele que não entendia de ciência , DNA. e tantas outras descobertas da medicina.
Ana Clara sobe no avião. Quando este decola, sente sensação de pássaro livre que pode voar alto, muito alto sem que ninguém lhe controle os passos.
Ao chegar a Tel-Aviv é recebida por vários personagens do projeto do DNA. e sente-se feliz.
Logo no primeiro dia de aula, esquece os dissabores da vida e começa a expor sua curiosidade diante de tudo o que vê.
Os cientistas apresentam-se aos médicos e pedem que se dividam em grupos para iniciarem seus estudos de pesquisa. Ana Clara era a única sul-anericana do grupo. Dele faziam parte um indiano, um holandês, um judeu da Terra, dois norte-americanos. Ao apresentarem-se, fizeram logo amizade, pois todos falavam inglês e se compreendiam bem. Em um outro grupo estava um jovem químico, alto, moreno de olhos escuros e profundos que já conhecia alguma coisa do assunto e se mostrava sucetível a todos, sempre pronto a ajudar os colegas nas dificuldades. A médica gostava de ouvi-lo falar. Sentia uma sensação estranha, captava suas explicações como aluna adolescente apaixonada por professor. Ele já percebera e lhe lançava olhares significativos e insinuantes, o que ela por muitos anos esperava do marido. Era uma atração mútua. Assim. os dias sucediam-se rapidamente.
Nos intervalos das aulas, quando saíam para o café, a jovem procurava por ele para conversarem sobre os assuntos estudados, sobre seus projetos de vida, e toda vez que se recolhia a seu quarto pensava consigo mesma:"Bom se este curso fosse de maior duração, assim ela poderia ter por mais tempo aquele homem ao seu lado. Como seria aquele homem de olhar misterioso fora de seu ambiente de trabalho? Seria o Dr. Mohamed casado? Teria filhos?. Ou seria apenas um homem dedicado à ciência?
Meu Deus, meu Deus, eu estou apaixonada."
Três meses já erm trascorridos do curso e os médicos já saíam a passear por lazer a fim de recompor as forças do intelecto. Qual não foi a surpresa quando Mohamed pediu que ela sentasse junto a ele no ônibus que os conduziria a Jerusalém a passear. Ficou eufórica e não soube disfarçar seu contentamento na viagem. Durante o transcurso falou-lhe que era árabe, solteiro e que não era a favor das brigas no Oriente Médio; seu objetivo maior era a medicina e minimizar os sofrimentos da humanidade, descobrindo a cura para muitas doenças. A jovem médica sentia-se embevecida com ele. Começou então a falar de seus estudos e como ganhara a bolsa para aquela pesquisa.
O tempo caminhava e os dois passaram a viver um amor de adolescente, se bem que tímidos e cautelosos.
Certa noite passeavam por uma praia e como duas crianças passaram a correr pelas areias . Era uma noite extremamente linda, o luar presenteava aquele local com extraordinária beleza e eles se deixaram envolver como há muito desejavam. Abraçaram-se. Mohamed a olha com ternura e lhe diz sussurrando: - Minha menina.
Ao ouvir isso , abraça-o com firmeza, dizendo-lhe carinhosamente: - Como amo você! Por que é assim tão diferente, tão enigmático?
E, você, minha cara doutora, por que é tão dissimulada?
Ana Clara, assustada, abriu os olhos. Ao seu lado está Carlos que lhe enche de beijos e lhe diz: - Querida, há quanto tempo eu não ouvia isto . Eu também a amo, pena que por muito tempo só via ao seu redor a sua carreira, os seus estudos. Muitas vezes senti-me inferior a você. Talvez eu não tenha enxergado o quanto você vale na minha vida e como são importantes seus carinhos para comigo. Eu vou mudar.
- Que bobagem, Carlos. Você é o que é, e eu sou o que sou. Temos de entender isso.
A jovem médica toma seu banho matutino, apressa-se para o trabalho e tenta esquecer o seu sonho sonhado.