A LUZ

A semente brotou.

Lentamente erguia-se sobre a terra. Tímida e pálida buscava a luz.

Ergueu-se mais! Esticava-se como que buscando vida. Mas já brotara, então já não era vida?

Crescia!Lentamente buscava ocupar toda a terra que ali havia. Lançou suas próprias raízes o mais profundo que pôde, garantindo a terra para si.

Crescia! A cada novo dia lançava-se ao desconhecido, mas não tinha medo, pois fincava com fé suas raízes na terra. Então, crescia única e viril!

Ganhou segurança e ousou mostar-se!

Seu perfume exalava por todos os poros, como se fossem várias, mas era única!

Bela!

Uma linda flor que com a força de mil mostrava-se única!

Ei-a!

Que força! Que perfume! Que bela!

De súbito, nuvens densas roubaram-lhe a luz.

Lutava.

Que fazer? Suas pétalas já sentiam pender. Não demorou muito e começaram a cair.

O orvalho brotava de seus poros – os mesmos que outrora jaziam perfume – tal qual lágrimas e perdiam-se na terra.

Definhava!

Para onde foi minha luz? Perguntava-se.

Vou morrer! Lamentava-se.

Já sem forças para lutar despediu-se, lançava-se lentamente sobre a terra.

Quente! Sentiu-se quente e achou que fosse seu último borbulhar de forças. Ergueu-se uma última vez para entregar-se de vez a terra.

A luz!

Ela voltou!

Bradava quase sem acreditar.

Sentia seu corpo queimar, mas não era a morte, era a vida!

Sem muito esforço conseguiu se recompor.

Aprendera agora que por mais que não haja luz, a escuridão não dura para sempre!

Aleon
Enviado por Aleon em 29/04/2009
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