O poder das palavras

No fundo dos meus olhos sempre soube que a verdade era a minha pior inimiga. Nunca quis acreditar na voz das pessoas, muito menos nos seus corações. sempre segui meu caminho, buscando minhas próprias idéias e criando minhas perspectivas. Sou conhecida como a rebelde. Mas nem ligo. Minha vida é seguir a trilha das emoções e buscar adrenalina. É isso, gosto de adrenalina. Sou capaz de tudo para sentir meu sangue pulsar forte e meu coração chegar a mil.

Quem me conhece sabe que sou pior do que a mistura do xarope amargo com açúcar. Não sou meio termo. Sou amarga quando quero e sou doce quando desejo. Para você sou The Star. Mas para os outros, sou Joyce. Minha mãe não me entende, hoje ela me disse coisas fortes. Praguejou. Disse que ela não desejava uma filha como eu. Disse que queria me ver longe, fora deste mundo. Jamais esquecerei o seu olhar. Dizem que praga de mãe é algo cruel. Mas de lendas, já bastam as do saci- pererê. Bom, por hoje chega, meu querido diário.

Na manhã seguinte, Joyce acordou e se arrumou para ir à escola. Pegou a mochila e passou pela cozinha sem olhar para a mãe. Sabia que era melhor assim. Sentiu algo diferente, uma brisa estranha, mas achou que era sua imaginação. Bateu a porta e saiu.

No caminho para escola, Joyce encontrou uma amiga chamada Luana. Ambas desciam a avenida, conversavam sobre as provas daquela semana. Mas antes mesmo que pudessem se virar para atender os berros que se seguiam, algo grande, reluzente havia lhes atingido. Nada mais se ouviu.

Sirenes, multidão, gritos de desespero e aflição. Santa Bárbara parou para socorrer as adolescentes.

A sua cabeça estava confusa. O que será que aconteceu? Pobrezinha, estava perdida, abobada com tanta confusão.

-Deixe me explicar o que terás que fazer.

-Onde estou? -Quem é você?

-Sou seu anjo. Preciso te ajudar! Você se meteu numa grande inrascada.

-Ai meu Deus, estou delirando! -É um sonho!! -Que droga, tenho prova hoje, preciso acordar, estou atrasada....

-Santo Deus!! -Você tem que cumprir uma missão.

-Você tá doido?

-Eu não, você que vê anjo e eu é que sou doido?

-É concordo. Mas que missão anjinho? Tirar 10 na prova?

-Como sempre engraçadinha! Estou do seu lado há quinze anos, vendo a sua rebeldia. Sei mais sobre você do que qualquer outra pessoa. Você recebeu algo que nem a pior das criaturas gostaria de receber. Você procurou algo que ninguém no mundo quer ouvir. Você foi praguejada. A praga da sua mãe foi realizada. Você está fora do seu mundo.

-Você pirou? -Como minha imaginação é fértil.

-Ah, você não acredita? -Olhe para cima e veja a sua casa. Sua mãe está brincando com o seu irmãozinho, e o seu quarto virou sala de brinquedos. Onde estará suas coisas? Sumiram!!!

Joyce então sentiu pequenas gotículas no seu rosto, mas não compreendeu. -O que isso significa?

-São lágrimas. -Veja.

Quando Joyce levantou a cabeça viu como se acima deles existisse um grande vidro. Ela viu Luana, sua amiga chorava, estava derramando lágrimas sobre alguém, num leito de hospital.

-olhe para o leito, disse o anjo.

Quando ela arregalou os olhos, percebeu que seu corpo estava estendido numa cama. Machucados e aparelhos eram possíveis de se ver. Num grande salto ela gritou com todas as forças que seu corpo poderia suportar: -Quero acordar!

O anjo lhe responderu: -Estou aqui para te ajudar.

Adriana Gonçalves
Enviado por Adriana Gonçalves em 16/04/2009
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