SERÁ SE é VERDADE?

Na praça escura da cidadela, lá pelas bandas do interior

de Goiás, os amantes marcam o encontro proibido.

Ela, bela mulher, filha do fazendeiro mais abastado do lu-

gar, e ele um jovem estudante que passava férias na pequena e

pacata cidade. A moça estava noiva, com casamento marcado.

Porém o destino lhe apresenta, numa compra que a jovem

fazia na farmácia, o elegante rapaz que não tirava os lindos olhos

da moça. Foi paixão a primeira vista. Pega papel e caneta e escreve

um bilhete- te espero as oito, na praçinha, preciso falar com voçê.

Trêmula de uma emoção nunca sentida, a comprometida fica

a pensar, se vai ou não. Resolve que vai, a atração é muito forte.

Sorte sua, pois o noivo estava viajando, a cidade dormia cedo, pois

não tinham ainda luz elétrica. Se arrumou com cuidado, um vestido

leve e esvoaçante, de um tom verde esmeralda, realçando os belos

olhos verdes e a pele muito alva. Ofegante e tímida caminhou em direção ao amado. De longe avistou a figura elegante e austera do

romãntico cavalheiro, que detalhista levou champanhe, duas taças

e um som a pilha. Avistando-a, um belo tango iniciou os acordes.

Aproximou-se sedutor, a envolveu nos braços e começaram

a dançar entre beijos e sussurros roucos de paixão. Brindaram com

a bebida singular e suave, dançando até a lua sorrir compassiva.

Amanheceu perplexa a cidade, não se falava em outra coisa.

Na praçinha triste, dois lindos corpos enlaçados, dormiam num

poço de sangue vermelho, o sono eterno de um amor relãmpago e

proibido. SANTOMÉ

santomé
Enviado por santomé em 03/04/2009
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