O vagalume e a cobra que nos perdoem
Certa vez em frente a um vagalume que vivia a piscar a sua luz fria nas noites mais escuras do sertão, não mais que de repente, surge uma cobra esfaimada e dá um bote na direção do luminoso inseto. Por um triz ele consegue escapar, mas ela não desiste e aplica-lhe uma tremenda perseguição que se prolonga por três dias. No quarto dia, já cansado e prevendo o inevitável fim, faz um apelo desesperado a sua persistente perseguidora: “já que a senhora vai me comer, permitiria que eu fizesse 3 perguntas, como último pedido?” A cobra, do alto do seu pedestal, disse com a voz cavernosa: “não costumo fazer tal concessão, mas desta vez vou abrir uma exceção; pergunte logo.” Sem se fazer de rogado, o vaga-lume perguntou de imediato: “eu pertenço a sua cadeia alimentar?”; a cobra respondeu: “não”. Em seguida, ainda aterrorizado questionou: “eu te fiz algum mal?”; novamente a cobra meneou a cabeça indicando que não. Por fim o vaga-lume perguntou: “então porque queres me comer?”; e a cobra respondeu com sua frieza peculiar: “eu não gosto de ver ninguém brilhando na minha frente”.
Obs. Conto escrito sob inspiração de uma mensagem recebida por e-mail.