MORADA DOS DEUSES

MORADA DOS DEUSES

Há dezenas de séculos atrás no norte do velho continente, cinco tribos viviam separadas politicamente, mas em paz umas com as outras e harmonia entre seus Deuses pagãos: protetor das colheitas, da caça e pesca, da chuva, da fertilidade etc. Semideuses: notáveis senhores portadores de enorme força física, habilidade com arco e flecha, exímio cavaleiro e ágil nas lutas com ou ser armas e os Sábios: detentores dos conhecimentos científicos, runas, kabala, astrológicos ou de magia e o Povo: parcela majoritária da população que pagava seus tributos, que vivia seguindo e mantendo suas lendas e tradições, seus usos e costumes, enfim cada tribo seguia feliz sem maiores interesses e feliz com sua própria cultura.

Em um obscuro dia um herói popular, em uma disputa comemorativa venceu outros dois oponentes de uma só vez em uma demonstração de força, audácia, destreza, coragem e virilidade. Com isso, seu orgulho e vaidade ficaram visivelmente estampados no seu rosto e gravados em seu ego. A partir daí a admiração de apenas do povo daquela tribo passou a ser pouco para seu ego, passou a ser nada para sua força, passou a ser mixaria para a sua cobiça desperta, pois seu desejo agora era de se tornar o maior, o mais forte, o mais rico e o mais poderoso entre todos os semideuses. Mobilizou com facilidade sua tribo e partiu para a conquista da primeira tribo; escravizando e impondo suas vontades, suas tradições, suas leis e seus costumes e credo, confiscando os tesouros, tomando as casas, violentando as esposas e filhas dos vencidos. As demais tribos se reuniram para discutir os fatos ocorridos e não chegaram a um consenso, pois os pontos de vista de uma não eram reconhecidos pelas demais, com isso iniciou-se uma intensa guerra entre as diversas tribos para a conquista de território, tesouros, prestigio, demonstração de força, liderança, vaidade.

Após anos de destruição, conquistas e reconquistas de territórios, perdas de valorosos guerreiros, vidas inocentes, valores morais e sem um claro vencedor que pudesse falar por todos, os deuses percebendo seus prestígios abalados propuseram aos semideuses e representantes do povo se reunir no pico da mais alta montanha da região para debater um tratado de paz. Contudo o sentimento de nacionalidade já estava presente em todas as tribos e nenhuma delas cedia em nada no que ferissem seus direitos seculares. Por mais que um herói demonstrava estar certo, os deuses e o povo não aceitavam, por mais que os deuses reivindicavam privilégios, os povos e os semideuses não aceitavam pagar os tributos, e quando os povos mostravam suas necessidades ninguém podia fazer nada por eles; assim não se entendiam, não se chegaram a um ponto comum que os levariam a uma paz duradoura que satisfizessem a todos, ou que pelo menos os permitissem seguirem tocando a vida como antes, apesar da desconfiança que sempre existiria entre eles daquele dia para frente.

Sem achar uma solução em um passe de mágica os Deuses pagãos se rebelaram e expulsaram os Heróis e os Povos para as terras baixas e passaram a residirem no alta das montanhas. Os Semideuses ficaram na metade do caminho; eram inferiores aos Deuses, mas se sentiam superiores àqueles pobres mortais que dirigia, dando assim a cisão definitiva entre os homens e os deuses, entre o céu e a terra, e com isso também houve e estratificação do povo em camadas sociais, separando os antigos heróis, portadores de prestígios dos demais pobres mortais com seus deveres e obrigações; então se iniciou uma corrida entre o povo para se tornar algum tipo de herói visto que seus privilégios eram enormes, eram como se eles estivessem acima das leis. Com o passar dos séculos essas divisões se perpetuaram e ate hoje faz parte da estrutura social de todos os povos, de todos os continentes que habitam este maravilhoso planeta azul chamado TERRA.