Frutas no Deserto
Uma longa e intensa viagem começou faz algum tempo.
Todos ao meu redor me chamavam de “louca”, uma surtada mesmo por causa da minha idéia.
Não me importei de maneira alguma, pois quando cismo com alguma coisa, não há quem tire da minha cabeça, sigo meus instintos e não opiniões alheias.
Juntei algumas roupas, um dinheiro que desce para os gastos necessários e parti com minha mochila nas costas, rumo ao desconhecido.
No começo foi fácil, estava em minha Terra ainda, não tive tantas dificuldades. Mas quando comecei a desvendar e enfrentar Terras alheias, ficou complicado por demais.
Idiomas, costumes, credos diferentes dos meus. Um misto de mistérios e muita beleza me rondavam.
Cruzei oceanos, mares e geleiras. Subi ladeiras... E desci penhascos. Encontrei Sábios, Mestres, Deuses e também charlatões. Acolhi todos que encontrava pelo árduo caminho com alegria, paz e sutileza.
O peso da mochila não representava nada em relação ao que eu sentia dentro do peito.
Relembrei do “PORTO SEGURO” que reencontrei por esta Terra, o mais lindo “PORTO SEGURO” do universo. Contemplei sua beleza, por anos, e um dia resolvi ficar e desvendar os teus mistérios.
Nossa... Quanto encanto, sabedoria e positividade ele exalava.
Vivi feliz por longos meses, porém uma forte tempestade me obrigou a seguir viagem.
Com lágrimas rolando pela face insistentemente, revelei meu amor por este “PORTO SEGURO” e prometi Evoluir...
Andei muito tempo ainda. Conheci lugares, pessoas... E enfim cheguei ao Deserto. Um calor exageradamente forte tomava conta do lugar. Vermelha cor de sangue era tua Terra. Um azul anil cobria todo o céu. Enfrentei o pior isolamento da minha jornada.
Desfaleci, joguei por Terra abaixo tudo o que me sufocava...
Clamei aos Deuses. Bati as mãos fortes no chão. A Terra tremeu torrões de cor marrom brotaram da Terra, subiram e formaram a grande e majestosa árvore.
Agradeci muito aos Deuses.
Coloquei a mochila no chão, e com muito esforço subi até a copa da árvore para saborear enfim as deliciosas Frutas do Deserto!
. . . Continua. . .
Domingo- 25/01/2009