Uma pausa

Entrei na rua à direita; passei por uma casa simples e bem agradável; de dentro, vozes de crianças, um latido de cão, uma porta entreaberta: “Corre... 1, 2, 3 e... JÁ!”

Muitas flores na calçada; uma bicicleta recostada à parede; uma latada de maracujá. Olhei o movimento da rua: tudo calmo àquela hora. A porta se abriu:

_ Professora! Você veio! Entre, a mamãe lhe espera com um café!

Passei por uma sala com cadeiras de tábuas antigas; um corredor estreito de 1,5m e cheguei a uma cozinha arejada, com uma ampla mesa central, tolha bordada à mão, tecido de algodão, jarro de flores silvestres colhidas naquela tarde, creio; e um bolo de macaxeira fumegando sobre a mesa!

Era um manjar a que eu não resistia!

Então, dona Ana me sorriu; cadeira perto do bule de café e relaxei!

As crianças sentaram-se a meu lado e fui bombardeada por perguntas acerca de Sete Cidades:

_ Era uma vez... Uma cidade encantada... Uma noite em que a lua se escondera... Um rapaz viajante entrou numa cidade muito bonita, bastante acolhedora e ali procurou um lugar para descansar. De repente, surgiu uma linda virgem e perguntou-lhe o que queria:” Busco repouso!”. Surgiu diante dos olhos dele um suntuoso aposento onde dormiu. Ao acordar na manhã seguinte, encontrava-se em uma gruta, toda rodeada por pedras! Admirado de tudo aquilo... Olhou em volta e viu a linda garota: “Viajante, queres casar comigo?”. O jovem, assustado, fugiu em disparada...

Em casa, narra do ocorrido: “Tolo! Tu tiveste a oportunidade de ’desencantar’ SETE CIDADES! Era só ter dito que se casava com a virgem...”

O rapaz olha o pai e sorri... Xícara de café à mão...

Na Matriz, soam vinte e quatro horas...

A professora fecha o livro.

Teresa Cristina flordecaju
Enviado por Teresa Cristina flordecaju em 06/02/2009
Código do texto: T1424410
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.