O Conto do Canto de Carina Cliverd

O Conto do Canto de Carina Cliverd

Era uma vez, em uma cidadezinha do interior de Dianine, chamada Thulisdan, onde morava uma garota. Seu nome era Carina. Carina Cliverd. Criada em um orfanato religioso, no qual aprendera a cantar, e tera aulas de canto coral desde que se entendera por gente. Seus recursos eram limitados, porém sua vida razoável. Como o orfanato era religioso, se ensinara que não era de bom agrado ter distrações com televisores e outras coisas eletrônicas. Mesmo assim, as meninas não eram proibidas de assistir televisão ou pesquisarem na internet. Foi assim que Carina descobriu o "Conto do Canto", um concurso que havia sido um sucesso nos países vizinhos, e começara com desempenho já no Brasil.

Convencer suas responsáveis a autorizarem sua participação no concurso, foi uma tarefa um pouco difícil, pois todas as meninas queriam participar, e todas cantavam muito bem. Para que a autorização se concluísse, Carina juntamente com Radi e Victória; suas colegas montaram um musical, no qual o arranjo que seria executado pela irmã Severina, valorizava bem as vozes agudas das garotas, e mantinha afinado o tom das outras vozes. A música que escolheram foi um sucesso, bem executada, e assim conseguiram autorização para participar do concurso.

O próximo passo seria conseguir uma canção bonita o suficiente, uma boa história e que unidas formariam o musical perfeito, afinal o concurso "Conto do Canto" exigira um bom número na primeira eliminatória.

Sete números vieram à frente do pequeno palco do orfanato religioso. O de Ana, o de Franessa, o de Carolline, o de Radi, o de Lina, o de Victória e o de Carina. Cada um com um tema diferente. Um era paz, outro amizade, outro violência e assim por diante.

O tema de Carina era magnífico, chamava-se "Razão de viver". "Razão de viver" era uma música de fazer qualquer um parar para escutar, e quem escutasse bem, acabava se emocionando, por esse motivo foi impossível não indicá-la. Era uma boa música, entretato precisavam de algo mais simples para a primeira eliminatória, pois não havia muito tempo para ensaiar, então resolveram que o tema de Carina seria para a final, se caso passassem. Escolheram o de Ana. "Sinceridade", que também era uma música encantadora.

"Vitória perfeita" era a música que um coral estava apresentando no imenso palco do Teatro Municipal Thulisdan II. As meninas do orfanato se agitavam todas de ansiedade, nos bastidores do teatro. A menor delas, Valen virou-se para a madre, e pediu que juntasse todas as meninas para fazerem uma oração para que tudo corresse bem.

Depois da oração não demorou muito para que fossem chamadas a comparecer no palco.

Entraram no palco e notaram a platéia meio vazia. Bem,pelo menos havia mais pessoas do que nas apresentações do orfanato em dia de possíveis adoções.

Todas vestiam os uniformes do orfanato. Assim que todas estavam em seus lugares, Ana, Carolline e June começaram a música. Logo entrou Carina, Fernanda e Radi, depois todo o coral. A música tinha uma letra sadia, clara e bem conscientizadora. Baseava-se em versos de sinceridade, como: "quem não mente, não merece castigo e tem lugar no bom e grande céu da perfeição".

O resultado saiu naquele mesmo dia, elas haviam se classificado para a segunda eliminatória em segundo lugar, abaixo apenas do coral profissional infantil dos burguesinhos de Stoy Lest, uma turminha esnobe, mas que realmente cantava bem, e, tinha excelentes recursos.

Foi uma festa! As meninas comemoraram fazendo uma oração de agradecimento primeiramente. Depois quebraram seus porquinhos, e cada uma pegou um pouquinho de dinheiro. Compraram guaranás, balões e as irmãs fizeram um bolo de chocolate saboroso, o qual todas as meninas se deliciaram e elogiaram muito. Na hora do jantar, as meninas se arriscaram a fazer macarrão com molho, que não ficou tão bom quanto o da irmã Cimília, mas deu para suprir a fome e ter uma boa noite de sono. Pois se houvesse uma regra que não podia ser quebrada naquele lugar era a hora de dormir.

Preparar o próximo número era tarefa difícil, porém logo no dia seguinte as meninas já começavam. Sem muito tempo para pensar, resolveram continuar com o número de Ana, e se conseguissem passar, utilizariam o de Carina na final.

Diante dos jurados, com o término da música ainda zunindo em seus ouvidos, as garotas ouviram um comentário não muito bom. A música não podia ser repetida, senão seriam desclassificadas. Ganharam dez minutos para preparar outro número, melhor dizer, outro musical. Nos bastidores, as meninas estavam aflitas. Só ensaiaram até então a música de Ana, nem haviam pensado na possibilidade de ter que ensaiar outra coisa.

Carina pegou uma caneta, um caderno e começou a escrever desajeitadamente uma frase e cifras em cima.

Escreveu novamente isso, em mais duas folhas, e entregou cada uma delas a: Radi, Victória e June. As três entraram no bolo do coral, deram algum comunicado, e logo voltaram com um super sorriso.

As garotas voltaram ao palco, dessa vez sem Ana. A platéia ficou em silêncio.

Uma delas, Jinna a mais velha deu um passo à frente, e cumprimentou a platéia. Depois retornou ao seu lugar. Logo a música começou todas cantarolando em voz uníssona. Ana entrou olhando assustada para a platéia e quando os jurados pensaram que ela teria um ataque, o coral fez um silencio, e Ana veio à frente cantando "Conto do Canto", uma melodia sem letra, e que mudava de tom a todo instante. Radi e Victória entoaram uma segunda voz, mas sem saber a seqüência pararam logo. Uma melodia arranjada de última hora, quem melhor para entoar do que a própria autora? Carina toma a frente, agora cantando com letra, logo depois entrou o restante do coral que já conhecia aquela frase da música (pois foi à frase que ela escrevera antes no papel).

Faltava agora o conto, porque o canto estava lá... Melodia não faltava, a letra não podia ser repetida. Silêncio. June é a garota que melhor escreve poesias, poderia improvisar, e foi o que ela fez. Melodia e letra! Pronto, agora tudo estava perfeito! Quando tudo acabou, a platéia aplaudiu de pé.

Deixaram o palco cantarolando "Conto do Canto" bem baixinho, pois quando elas estavam felizes e satisfeitas, a melhor coisa era cantar! A irmã Cimília, juntamente com a madre estava emocionada, correram para abraçá-las.

Não demorou muito e o resultado saiu classificados para a final em primeiro lugar o Coral Profissional Infantil dos Burguesinhos do Stoy Lest. Em segundo as meninas do Coral Infantil do Orfanato Madre Genni Consel. Todas, menos Ana, se conformaram com o segundo lugar, pois ela tinha em sua sã consciência que a culpa era dela, pois se não fosse sua pequena desafinação no solo inicial teriam alcançado o primeiro lugar.

"Razão de viver" foi ensaiado dois meses, mas querem saber? No dia da final, as meninas decidiram apresentar o "Conto do Canto", pois além de gostarem muito da música, como estavam na final, podiam repetir o número se quisessem. Na final Carina iniciou a música com um solo lindo e suave, o qual já sensibilizou as pessoas antes mesmo de escutar o primeiro trecho da música que dizia: "Contaremos a todos vocês o Conto de Carina Cliverd, quando estávamos sem solução, Deus disse-nos que haja a luz, luz divina. Cremo-nos que contamos o Conto conquistador de seu resplendor, onde está a luz? Está no Conto do Senhor. O Conto que conta? Não, o Conto que canta..."

O público ficou encantado, difícil apontar quem não se emocionou.No final, as meninas deram as mãos cantando e repetindo o último verso da música. "Quer cantar conosco? Venha cante o conto, ou venha e conte o canto!"

Uma salva de palmas, e muitos flashes foi o que elas conseguiram lembrar antes do último coral, que era o Coral Profissional Infantil do Stoy Lest passar por elas, e chamarem-nas de perdedoras. Não houve jeito! Cantassem eles de Norte a Sul, a noite era das Meninas do Conto. Como ficaram conhecidas depois.

O resultado saiu. Em terceiro lugar foi do Coral Infantil de Sementinhas, que cantaram "No inicio", em segundo o Coral Profissional Infantil do Stoy Lest que cantaram "Vitória Perfeita" e, aliás, cantaram muito bem. E em primeiro lugar, ficou o Coral das Meninas do Conto.

Além de uma salva de palmas, aparição na televisão, pedidos de adoção semanalmente, o orfanato ganhou também uma bela reforma, novos quartos, móveis novos, computadores avançados, livros e até alunas não órfãos fazendo teste para ver se conseguiam fazer parte do coral.

Carina Cliverd foi adotada e deixou de morar no orfanato, mas melhor dizer que seus novos pais entraram para o grupo do orfanato, pois juntamente com ela não saíam de lá. Muitas de suas colegas também foram, mas nem o coral e nem o orfanato deixaram de existir. Porque o Conto pode acabar, mas o canto não... "Enquanto houver Canto haverá Conto" foi à frase que as meninas colocaram em seu primeiro CD "Canto faz milagres", que vendeu como água.

Hoje, elas conquistaram todos os tipos de público. Jovem, adulto e principalmente as crianças.

Terminamos por aqui nosso conto, nosso não! O Conto do Canto de Carina Cliverd.

Madelaine Grumam

Meli Francis
Enviado por Meli Francis em 16/01/2009
Reeditado em 04/01/2011
Código do texto: T1388288
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