Elegantemente  trajado  o  mágico  apareceu  no  palco,
com palavras  harmoniosas  saudou o público presente
e com muita classe deu abertura ao grande show.
Como número inicial pediu a uma jovem na platéia que
erguesse um de seus braços...
No momento exato que ela fez isso, uma pomba branca
apareceu pousada em sua mão. O povo aplaudiu muito.
Foi realmente um bom número.
De suas mãos saiam flores perfumadas, que voavam na
direção do auditório, coelhos, gatinhos, surgiam do nada
e corriam por entre  o  público  e eram abraçados pelas
crianças.
Sem dúvida alguma, um grande mágico.
Em certos momentos parecia flutuar sobre o palco e num
piscar de olhos surgia onde ninguém esperava.
Um show impressionante!
Com uma folha de papel em sua mão ele disse:
Meus amigos, nesta folha está a maldade do mundo,
o ódio, a ambição, todos os pecados do homem, todas as
nossas falhas estão aqui na minha mão.
Dizendo isto o mágico jogou o papel para cima, um clarão
no palco e a folha  se  queimava  como se  todo o fogo do
inferno tivesse se concentrado naquele pequeno  espaço,
e ouvia se um gemido assombroso.
Todos esperavam um número final ainda mais grandioso,
e o mágico não os decepcionou.

                Em sua última demonstração de talento absoluto,
o mágico enfiou a mão na cartola,   tirou de  dentro  dela  a
paz e a distribuiu para o povo.