Final

Era uma noite soberba, ela estava transcendente com sua roupa rubro-negra, vestia um belo espartilho negro que lhe recobria todo o tórax e sobrepunha seu deslumbrante vestido vermelho longo. Andava calmamente pelas velhas alamedas daquela hostil e feroz cidade que a abrigava, sentia como se nada mais lhe fizesse um sentido racional na vida, segurava em uma das mãos, um cálice com o mais puro vinho que ela conhecia e bebericava a cada instante que avançava na escuridão de seus pensamentos mórbidos sobre sua condição existencial.

Aproximava-se do linear de sua consciência, em quase a extinguir-lhe a pouca sobriedade que habitava sua mente dócil que o mundo fizera questão de apodrecer com sua falsidade e ludibriação através de belas palavras e imagens. Agora a jovem tinha certeza de que nada ali lhe fazia jus à realidade que seus olhos enxergavam, principalmente naquela noite tórrida na qual decidiu o rumo definitivo para si, mesmo que tal acarretasse em nunca ser perdoada nem pelo próprio Deus no qual amava mais do que a si mesma.

Por fim encontrara o que a tanto vagara procurando, e do alto do mais belo viaduto que viu em sua breve existência, jogou-se. Dando fim para seu tormento.

“Sanctus Dominus, salva Id a malo aeternam qui venit a inferiore terra”

Dark Nightfall
Enviado por Dark Nightfall em 23/11/2008
Reeditado em 02/02/2009
Código do texto: T1298625
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