Encontro com o Pequeno Príncipe... Parte 2

O sol banhava o meu rosto e convidava-me a contemplá-lo em toda a sua magnitude. Ao levantar-me, corri os olhos em busca do pequeno, e não o encontrei. Teria eu imaginado tudo aquilo? Isso não seria possível... Mas onde ele estava? Caminhei por um tempo e o avistei ao longe.

- Bom dia meu querido, o que estás fazendo?

- Gosto de ver o nascer do sol. Gosto mais do pôr do sol, do meu planeta às vezes vejo seis por dia.

- O que quer dizer com do seu planeta?

- Moro no planeta B-612, lá é bem pequeno. Tenho três vulcões, alguns baobás, minha casa, minha rosa e meu carneiro. Por que você ia com tanta pressa a lugar nenhum?

- Porque não havia motivos para ir para algum lugar.

- Então, porque a pressa?

- A gente tem pressa quando não sabe aonde ir. Sentia-me só e perdida...

- Hum... Entendo, sentes falta de ser cativada.

- Que queres dizer?

Quando vim à Terra da última vez, conheci uma raposa que me pediu para cativá-la. Ela disse que os homens não tem tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Você não tem amigos?

- Meu pequeno, não tenho mais ninguém no mundo, todos se foram.

- Isto é muito triste... Uma vez conheci um homem que vivia no “se”. Ele passava todo o seu tempo lamentando pelo que passou ou não. Perguntei a ele se queria ser meu amigo, mas ele estava preocupado demais com os que tinha ido. As pessoas da terra vivem muito parecido com aquele homem. Elas se lamentam pelo que perdeu ou pelo que passou e se perdem na caminhada da vida.

Ele falou-me sobre o seu planeta, contou-me cada detalhe de que vazia, das horas que passava limpando os vulcões, das conversas com a sua amada Rosa e de todas as vezes que ficava correndo atrás do carneiro (que era, concluiu eu, muito levado. E ao ouvir esta palavras, o Pequeno príncipe deu grandes e gostosas gargalhadas).

Ao anoitecer o pequeno príncipe ficou quieto, pensativo. Deitou no chão e fechou os olhos. No que estaria pensando? Cada vez mais ficava fascinada por ele. Quanta sabedoria e doçura existiam naquele pequeno. Não queria parar de conversar com ele, mas desde o dia que o conheci, sabia que quando ficava olhando o nada, a conversa não se estenderia.

Continua...