Sonho de um boneco de neve
Era uma vez, um boneco de neve que tinha um grande sonho, o de se tornar um menino, um menino de verdade; Era tudo o que ele mais queria, poder brincar e cantar aquelas musicas natalinas tão bonitas.
De onde ele ficava enfrente a uma grande loja, podia ver as crianças brincando de pique-esconde, pega-pega ou ainda de jogar bolas de neve uma nas outras, ah! como elas eram felizes; Agora ele ficava ali parado, só olhando, vendo as crianças saírem saltitantes da loja com os braços cheios de pacotes ou as mães tomando chocolate quente com os filhos.
Era muito triste sua vida, cujo a única coisa a fazer era ficar ali parado enfeitando a entrada da loja, afinal para isso que o fizeram, mas ele queria mais, ele queria brincar e correr, ser tão feliz quanto as outras crianças.
Até que no começo era legal, as crianças vinham lhe ver e uma vez até lhe trouxeram um gorro vermelho bem quentinho, mas com o tempo elas nem lhe prestavam mais atenção, nem se deram conta que seu nariz de cenoura havia caido.
E assim vivia o bonequinho de neve dia apos dia; Até que um dia ele teve uma grande idéia, escrever uma carta para o papai Noel, claro! quem mais lhe poderia ajudar? quem mais poderia tornar seu sonho em realidade senão o bom velhinho?
E assim ele fez, esperou cair a noite até todos terem ido dormir, se movimentou com todo o cuidado, já que não estava acostumado a andar, e pé ante pé entrou numa casa as escondida, pois precisava de papel e caneta, e ainda sob a luz da lareira da casa, escreveu sua cartinha contando tudo para o papai Noel, de como sua vida era tão triste e de seu grande sonho, mas de repente ele ouve um barulho vindo lá de dentro, alguem acordara e vinha em direção à sala onde ele estava.
Com medo de ser descoberto mais que depressa ele se pôs a correr e correr, e já estava chegando perto da loja onde sempre ficava quando tropeçou e caiu, o tombo foi tão forte que vários pedaços do seu corpo de neve se quebrou, pobre bonequinho, suas pernas que eram feitas de galhos se soltaram e também um de seus braços, o braço que lhe sobrara era justamente o que segurava a cartinha que tanto queria escrever e que agora não poderia mais entrega-lá; O papai Noel jamais ficaria sabendo do seu sonho de se tornar um garoto de verdade, porque todo quebrado como estava mal conseguia se mover.
E assim se passou o restante da noite, e chegou o dia, e ele ainda pensou que quando a loja abrisse alguém ia vê-lo ali, e iria ajuda-lo, mas era dia de natal, portanto a loja não abriu e sol começou a esquentar e a neve a derreter e seu corpinho a se desintegrar.
Quando estava quase todo derretido o bracinho que lhe sobrara deu uma estremecida e sua mãozinha apertou com força a cartinha que escrevera e de seus olhos de azeitonas desprendeu-se duas ultimas lágrimas que se juntaram com seu corpo derretido.