OS REIS E OS "DILÚVIOS NOS BOLSOS"...
A vida pelo mundo estava um tanto complicada...
E aquele reinado que- de fato- não era para qualquer um, há muito tempo urgia por um rei comprometido com a realidade das dificuldades da plebe.
Vinha dum longo periodo de mazelas, desde que várias "Antonietas" resolveram oferecer brioches ao povo...pelos reinados afora...
Então, lançou-se uma campanha para que plebeus bem intencionados se candidatassem ao cargo de rei. Nada daquelas coroas vitalícias , aquelas que se perpetuam de pais para filhos!
Agora a moda seria outra. O povo votaria no rei!
Afinal-acreditava a comunidade- ninguém melhor do que alguém do povo para se saber o quanto é difícil ser povo.
Só se esqueceram de que ...difícil mesmo é ser rei! De como é complicado armar os paraquedas a toda hora...com coroa e tudo!
E assim foi.
Certo dia, o rei estava eleito, comprometido com as dificuldades do reino, e deslumbrado prometia a salvação não só para o seu povo, mas para o seu mundo. Treinou bem os discursos, porque lhe disseram que povo gosta mesmo é de poesia.
Mas, de súbito soprou um vento na História que distraidamente virou às avessas os bolsos do mundo!
Foi quando alguém desconfiou: "Mas será que este rei, de fato, tem bolsos? E realmente não tinha, porque o rei há muito estava nú. E o povo também. Mas poucos assim o enxergavam. Nem a ele, tampouco a si!
Bolsos e "bolsas" começaram rapidamente a despencar cada vez mais vazios.
MAs o rei era bom DEMAIS...de discursos...
E agora, o que faço?-pensou o rei-enquanto o povo ainda dormia.
Mas temia pelo milagre do despertar do reinado.
Então, já que as coisas na sua terra estavam difíceis, quem sabe o caminho do céu lhe abriria as portas? SÓ MESMO UM MILAGRE PARA SALVAR O SEU POVO!
Foi ter com o papado do reino. Pediu as bençãos, contou das dificuldades que enfrentava, e do seu grande pecado confesso: o fato de nunca saber dos fatos! De fato, só queria o melhor...para o "seu' povo.
-Ah meu fillho, para o seu pecado não há penitência suficiente. Só o trabalho e o SACRIFÍCIO do povo poderão lhes salvar...do dilúvio nos bolsos...
Ouviu com atenção a sapiência do papado, recebeu as bençãos e mesmo assim acreditou que estaria a salvo...pois Deus é sempre perdão.
Afinal, lá no reinado , costumavam dizer que Deus era conterrâneo...
Mas o que ambos não sabiam é que Deus nunca perdoa a displiscência manipuladora...dos poderes dos reis!
Nem dos que reinam na Terra, tampouco dos que acreditam comandar o Reino dos Céus...
O rei então depremiu. E com toda razão!
Enfim, aproximava-se o término do seu reinado, e o dilúvio estava apenas começando.
O que seria do rei sem o seu povo?
E do povo sem o seu bolso?
"Quando houver discernimento, ninguém mais manipulará o pensamento."
(MAVI)