Rudenvall, o Grande Pensador de um "Minúsculo Planeta"
O doutor Rudenvall, o mais respeitado em todo o planeta. Sim, todo o planeta, pois esse planeta supostamente está em uma célula epitelial do corpo de um tal Deus sem nome. Rudenvall descobriu que os Mitocondrianos - que vivem no planeta de Mitocôndria - são responsáveis por um processo muito importante para todo o sistema planetário, a respiração. E em meses, planeja com o governo o envio de uma sonda espacial para um de seus planetas vizinhos: o Complexo de Golgi. Mas este também diz que a passagem dessa sonda pelo citoplasma até chegar em Complexo será muito complexa (que ótimo trocadilho, não?!).
Os andamentos estão prontos. Basta posicionar e enviar. Mas deixemos isso de lado. Antes, conheçamos um pouco sobre os Mitocondrianos. Todos seres desse excêntrico planeta estão encarregados de simplesmente - entre outros - ocasionar a troca de gases. Oxigênio por gás carbônico. É o que ocorre com os povos de Mitocôndria. Respiram o oxigênio, que entra pelos pulmões; as hemácias desses seres, transportam o oxigênio pela corrente sanguínea até as células para a troca por gás carbônico, que de volta as hemácia, as libera para a atmosfera por meio da respiração. Simples!
Saibamos agora como são fisicamente. Como podemos classificá-los: todos andam sobre dois membros, os quais recebem o nome de perna; dois membros logo acima, os braços; tronco; cabeça. Essa é a composição física de nossos Mitocondrianos, mas eles gostam de serem chamados apenas, humanos. Sua estatura se mantém irregular, de um metro e sessenta a até um metro e oitenta/noventa; a cor da pele, cabelo e olhos, variam dependendo da região do planeta. Peles mais claras, comuns em lugares gelados, no norte do planeta, pela pouca presença de radiação solar; peles mais escuras, comum onde a exposição ao sol é mais freqüente. Isso ocorre por um pigmento denominado, melanina. A coloração dos olhos e cabelos também são pelo mesmo fator. Esses seres se alimentam de terra - alimentos providos da plantação. Trabalham; têm culturas diferentes; feições diferentes; gostos diferentes; crenças diferentes; e classes sociais diferentes (o que não deveria ocorrer).
Entre esses humanos, há sempre os que mais se destacam, como os grandes pensadores; físicos; cientistas; que sem eles, não saberíam se conduzir. Um deles, Rudenvall, cientista, físico, químico e pensador de nossa era. Ganhador de vários prêmios. E também, muito contrariado pelos descrentes sem informação, os ignorantes, dizendo mais claro. Ele formulou uma tese de que os mitocondrianos, fazem parte de um ciclo, um mundo dentro do outro. Para muitos, loucura. Para outros (como eu, claro), a descoberta do século, ou quem sabe de todos os tempos.
Sua teoria simplificada, para nós, leigos, em uma palestra sobre sua nova descoberta :
"Caros presentes. Darei uma explicação simples e breve sobre minha nova teoria. Nós, Mitocondrianos, fazemos parte de um tipo de corpo de algo maior. Mas como assim? Suponhamos que fazemos parte de Deus. Talvez esse Deus, seja a parte maior que me refiro. O corpo maior. O que chamais de Infinito, firmamento, seria na verdade um aglomerado de células, vários tipos de células. Nós, por exemplo, nos encontramos em uma célula provavelmente epitelial; achatada e rodeada por outras células iguais, cada dessas recebe o nome de Galáxia. Nós estamos rodeados de planetas, que poderiam ser os orgânulos; o vácuo, podendo ser o citoplasma; aglomerado de meteoros, sendo ribossomos, que às vezes se chocam com algum Retículo Endoplasmático; nosso núcleo, o próprio núcleo, onde se encontram o material genético. Lá está a essência de tudo, a resposta para todas as nossas perguntas, e suponho que há varias. E dentro de nós, há a mesma coisa; o ciclo. Dentro de nós, há células e dentro das células, orgânulos. E quem diz que não há vida inteligente, dispersa em nosso citoplasma? Sendo nós, donos de um universo interno, seremos nós Deuses?".
E fica essa pergunta no ar...
Acaba aqui minha narração, ouvida em uma célula de meu corpo. Agora cabe a você, leitor, acreditar ou não.