O Rei dos Sonhos (R13)
Ah! como seria bom que a vida fosse como em nossos sonhos, magia e beleza, combinados como mágicas. A perfeição seria algo belo, fora da imaginação.
Isso me faz lembrarde uma pequena história. Pequena mas cheia de poesia.
Havia um garoto em uma pequena cidade do interior, não me lembro ao certo o nome do vilarejo.
Esse menino era normal como qualquer outro menino de sua idade, mas nele continha um mistério fora do normal, ele não dormia para não sonhar.
Sua mãe uma bela senhora, vistosa e elegante já havia gasto muito para saber o que tinha de errado com o seu pequeno garoto.
Lia histórias, dava-lhe pequenas doses de calmante, e nada, nada o fazia dormir.
Até que algo estava para acontecer, algo novo para o garoto e que seria a notícia da cidade.
Uma bela noite quando todos na casa e na cidade já dormiam, o garoto em seu quarto viu uma luz estranha bem no teto. A lâmpada não podia ser, a luz estava apagada. A luz então foi tomando forma e de repente do nada apareceu um homem esquisito.
Vestia-se com um gorro com pontas caindo em franjas e em cada ponta haviam guisos. Suas vestes eram bem coloridas e enfeitadas e nos seus pés um sapato de palhaço.
__ Quem é você?
__ Me chamam de Rei.
__ Só se for o rei dos bobos.
__ As aparências enganam meu jovem rapaz. Estou aqui para lhe trazer os seus sonhos, que soube , foram roubados e com eles o teu sono.
__ Não é nada disso. Eu apenas vivo da realidade, sonho é para os bobos , que talvez seja o teu caso.
__ É, talvez. Uma palavra de dúvida na boca de quem só vê a realidade. Estou aqui com um único propósito, levá-lo para conhecer o meu mundo, única chance de conhecê-lo em seu estado, acordado.
__ E se eu não quiser ir?
__ É uma decisão sua, mas te garanto a satisfação total.
O menino como já foi dito, era normal e na sua curiosidade infantil concordou em ir.
Aquele homem engraçado pegou em sua mão e com um sorriso levou o garoto à sua terra.
__ Pronto, chegamos.
Era realmente um mundo diferente. Na frente via-se um parque de diversão como nunca jamais havia visto.
Vislumbrava tudo com admiração e espanto. Mais adiante viu os meninos da sua rua brincando, cada qual fazendo o que seus pais não os deixava fazer.
Pedrinho empinava pipa, sua mãe jamais o deixaria fazer isso, ela dizia que podia enroscar nos fios e em consequência ele levar um choque.
E o Péricles, jogando futebol , coisa que sua mãe abominava, dizendo que ele podia acabar aleijado.
O Tadeu corria que nem um louco, sem camisa e descalço, e sua mãe estava por perto, gritando como sempre, mas Tadeu a desafiava.
Ele via tudo com grande atenção, fatos engraçados e impossíveis, talvez, na realidade.
Os garotos quando o viram, correram para cumprimentá-lo. Nesse moomento seus olhos encheram de lágrimas.
__ Por que vocês me cumprimentam aqui?
__ É que agora vemos que você não é tão estranho assim. Também pode sonhar.
__ É, quem sabe, agora vocês me dão licença que tenho muito para ver e conhecer.
Então o Rei levou-o a um lugar mais belo ainda.
Era um descampado com uma relva verde que cobria-o de ponta a ponta, parecia ser interminável, quando o vento deitava a relva ouvia-se vozes que cantarolavam canções muito melodiosas, numa sinfonia espetacular.
__ Que lugar é este?
__ É o campo das melodias.
__ Muito bonito. Eh......
__ Pergunte.
__ Perguntar o quê?
__ O que você tem vontade.
__ O que realmente é um sonho?
__ É um momento mágico da vida das pessoas. Um único período de tempo onde desafogam suas tensões. Se tensas no momento do sonho terão pesadelos horríveis, se relaxadas poderão ter ótimos sonhos, tendo as suas horas de satisfação e felicidade. Agora vamos,está na hora.
Com um leve toque na cabeça do menino transportou-o para o seu quarto no exato momento em que sua mãe entrava . Qual não foi seu espanto quando viu o garoto dormindo, e pelo sorriso em seus lábios, também sonhava.
Alexandre Brussolo (11/07/1995)