EU SOU VOCE AMANHÃ

O anuncio da ida de um robô pra marte e tratado com alarde por toda a nossa comunidade cientifica e deve estar produzindo reações adversas em algum lugar da galáxia. É difícil acreditar que nos somos bem vindos, principalmente em função de nossas agressões ao planeta percebidas pelo o som que elas produzem.

De repente nos descobrimos o fogo, as trevas e o frio tiveram que ceder aos seus algozes, que não satisfeitos em ter tanto trabalho para carregar as suas conquistas, inventaram a roda e o continente sentiu a fúria de um animal preso com toda a sua força devastadora e não pouparam nada, seja em cima ou embaixo da terra, destruímos e impomos a nossa existência ate a exaustão e quando isso aconteceu observamos que o oceano era o nosso limite.

Sentados à praia e entediados pela falta de novidades para destruir observamos à chegada de um tronco que inocentemente se ancorou aos nossos pés, e foi mais do que suficiente para sentarmos em cima e visualizarmos novos horizontes a serem devastados.

E nos lançamos aos mares ávidos por novas agressões. Agora era diferente, água não se fura se invade e pra isso criamos todo tipo de tralha para devastar as profundezas e deixarmos a nossa marca.

E assim todos os continentes e mares se curvaram pra o animal bípede e dito inteligente e não satisfeitos com a demora e o trabalho inventaram o motor e a tocha foi substituída pela lâmpada e o esforço dos braços e suas marretas pela dinamite e para acelerar as comunicações o telefone e pronto estavam definitivamente equipados para destruição em larga escala.

Destrói ali, um pouquinho aqui, não tinham como memorizar tudo, era muito grande as extensões dos danos e foi a vez do silício, estava criado o computador, um grande alivio foi sentido em todo mundo já não suportavam mais fazer tanta conta, fora às vezes que erravam e deixavam alguma área sem ser tocada.

E menos estressados, podiam enfim descansar na sombra de um tronco seco de um jatobá, mordiscando restos de alguma fruta que sobrou sem o incomodo de canto de pássaros, sons de cachoeira ou aquele irritante ar puro que dava sono e não tinha cheiro de nada.

E assim se postaram naquela sombra mínima e dormiram sob aquele chão duro e seco, ao acordar se depararam com a única coisa que era intocável por eles, marte o planeta vermelho, a decepção foi tão grande que imediatamente bolaram um plano.

Temos que ir lá ! Apontava e gritava aquele que já tinha ordenado uma equipe para ver o que existia na lua e nada encontraram e todos os outros numa só vos gritaram: Para marte! e de imediato inventaram um meio de saber o que tinha pra ser destruído e construíram uma nave poderosa que quando chegasse perto arremessaria um robô para vasculhar tudo que fosse possível.

Com o sucesso da empreitada chegou aqui uma foto cinza de um horizonte deserto e com uma grande placa onde estava escrito aquilo que queimava os cérebros científicos:

EU SOU VOCÊ AMANHÃ...

DiMiTRi

26/01/04 23:47