A moça e o Mar
Desde o dia em que viu o seu amado afundar, com a nau ainda às vistas de sua janela alta à beira-mar, odiou o Mar. E no entanto passava o dia na janela olhando-o sempre – ainda tinha esperança de que seu amor voltasse.
Odiava também as gaivotas que, sendo companheiras do Maldito Mar, ainda assim vinham à sua janela.
Mas não sabia a moça que o Mar chorava por ela e que levara seu amor por ciúme, mas que ao vê-la chorar teve remorso. E nem sabia também que as gaivotas eram mensageiras do pesar arrependido do Mar que buscava indulto.