CORUJA

O vento cortante castigava o guerreiro solitário, que caminhava sem destino na cortina de gelo e neve que se estende sob a planície. Seu nome? Um mistério, mas todos o chamavam de Lobo... Lobo Solitário.

Dias atrás Lobo estava casado. Casara-se para formar uma aliança contra as forças do Lorde Mal, mas seus planos não deram certo. Lorde Mal atacou quando eles festejavam a união e houve um massacre, os poucos que salvaram-se seguiram rumos diferentes. Alguns foram para o norte e alguns seguiram Lobo para o sul. Mas o tempo não ajudou e aos poucos os homens foram morrendo, sobrando apenas Lobo e Frido. Agora perdido numa tempestade de gelo, Lobo percebe que deveria ter pego outro caminho.

“--- Merda, a vida começa a pesar. Nina... Eu não a amava, mas sua morte precipitada me fez entender o verdadeiro sentido da vida. Ela me amava...” – perdido em pensamentos Lobo não percebe a aproximação dos caçadores que estavam em seu encalço, até que seu companheiro avisa-o do perigo.

--- Cuidado! – Frido emite seu último grito.

--- Frido... – Lobo saca sua espada e por instinto ataca seus inimigos com fúria animalesca. Seus oponentes são muitos, mas Lobo não se intimida.

--- Do alto guerreiro... – a voz no vento faz com que Lobo erga a espada e mate o líder dos caçadores fazendo com que os outros fujam assustados. --- Suba aqui, eu estava a sua espera. – desconfiado Lobo faz o que o homem pediu. De espada em punho ele adentra na caverna do velho. --- Pode guardar sua espada Lobo, não quero seu mal. – disse o homem sorrindo. --- Não se lembra de mim, sou Joval. – o nome faz com que Lobo volte no tempo, num passado distante que ele tentava esquecer.

--- Joval... Meu amigo Joval! Mas é claro que me lembro de você. – Lobo abraça o amigo calorosamente. Os dois conversam bastante e Lobo conta ao amigo os últimos acontecimentos de sua vida. --- Agora que sabe tudo sobre o que aconteceu comigo nos últimos meses, vou enterrar meu companheiro...

--- Tenho uma idéia melhor... – cortou Joval. --- Ao invés de enterra-lo na neve, deixe-o aqui nessa caverna. – sugeriu enigmático.

--- Mas esta é sua casa Joval. – retrucou Lobo.

--- Não mais meu amigo. Vou contigo onde for. – respondeu o velho. --- Estou cansado da solidão...

--- Alegro-me em saber que gosta da minha companhia, mas não acho que seja uma boa idéia me acompanhar. Minha estrada é repleta de mortes e desilusões...

--- Não importa Lobo. Eu sei o final e quero estar contigo lá. – disse ele.

--- O.K., você é quem sabe... Coruja.