ILHA DE HALIUN – PARTE II
Anunciado pelos Escudeiros Reais, Goli é levado até a sala de paredes cortejadas por leve camada de ouro, onde o trono se instalava, e no mesmo a majestade da ilha, Rei Kulin de Haliun, aguardava o mago ansioso, as visitas do ancião nunca traziam bons ventos.
O mago com seriedade chega com a pressa de um felino diante o rei e curvando-se a sua frente, começa a tortura em palavras:
- Noticias tristes Goli trás a Coroa Real – levantando-se lentamente e apoiado em seu cajado fixa os olhos no rei – mensageiro vindo das terras longínquas ao nosso sol, relatou o seqüestro de nossa Princesa Ingrid e que mataram vosso Escudeiro Hilinik, em seus últimos suspiros de vida me entregastes esta pequena caixa com a condição de apenas abrir na frente de vossa Majestade – tira a caixa com cuidado de seu cinturão de couro e cheio de bolsos, com leveza a mostra ao rei - com meus dons mágicos não pressenti perigo em abri-la, pois apenas na magia ela se abre, não identifiquei fechaduras – conclui o ancião. O rei levanta-se de seu trono e com semblante de fúria em tristezas, mas em suaves palavras concede a permissão da abertura. Goli tira de um de seus bolsos um pendante redondo e ouro maciço, com três pedras em seu centro, uma borra de enxofre endurecido e faz traços de magia diante aos olhos do rei em espanto, com tantas linhas estranhas para sua magia élfica, após tudo riscado, o mago alerta: - Majestade peço que se distancie um pouco – o rei em alerta e tomado de dor da ausência de sua amada e única filha, afasta-se em poucos passos para ter uma melhor visualização do que aquela caixa escondia.
Após todo o ritual ter sido concluído e com as ultimas palavras de Goli dita, o circulo riscado ao chão eleva sua luz cintilante amarela até o alto da sala e, dentro desta “proteção” a caixa começa a se tornar belas fadas negras que começaram a voar rodopiando envoltas de fumaças negras, um grito estridente e altamente contaminado por tristeza se faz na mente de Kulin e Goli:
“ ... Seres infelizes que habitam o mundo do Sol e da Vida, infestos são seus ares! A escuridão se aproxima de vossas vidas vermes insignificantes, o Dia sendo consumida com a Princesa da Luz ... ”
Após ensurdecedor grito dominado por sangue, os companheiros sentem um aroma de dama da noite e aos poucos eles caem em pesado sono...