A águia
A cada instante que se passava ela estava mais triste. Pairava alva como a neve, mas melancólica como a escuridão. A cada nova era, lá estava ela... Observando o local onde sua admirada nascia. Queria ser igual àquele ser fantástico. Apesar de praticamente serem do mesmo tamanho, ela invejava as penas flamejantes e arroxeadas.
Quando se aproximava o tempo de partir, a Fênix construía sua pira funerária. Novamente, como em todos os dias, lá estava a triste águia, esperando que ao menos aquele ser notasse sua existência. Compartilhava a dor quando a hora da morte chegava e exaltava-se de felicidade quando das cinzas a fantástica renascia. Não entendia o motivo da existência daquele ser belo solitário e de lindas penas. A cada vez que das cinzas a Fênix nascia, menos a águia entendia o propósito. Só poderia existir uma fênix em todo o universo, nunca existiriam duas na mesma era. Lembrando disto, a águia adormeceu de tristeza. Ao acordar não viu mais o Ser belo que tanto admirava e novamente não entendeu. Juntamente com o sol que nascia a águia percebeu estar repleta de cinzas... Então ela entendeu... Ela, não mais era uma águia.