UM PASSO RUMO AO PALÁCIO
Era uma vez um reino muito rico, situado numa região distante dos demais reinos conhecidos da sua época, cujo povo não tinha o hábito de caçoar e nem de fazer chacotas acerca dos tropeços e trapalhadas praticados pelos bobos das cortes ali existentes.
Os bobos da corte desse reino, assim como as demais pessoas que habitavam as cercanias dele, tinham uma vida fantasiosa, cheia de benesses, anseios e sonhos, não muito comum nos humanos daqueles tempos e nem nos do mundo contemporâneo.
A fantasia que impregnava o corpo e a alma das pessoas que moravam ali era tão grande que muitos acreditavam que se a fada madrinha real lhes tocasse com a sua varinha mágica, todos seriam automaticamente transformados naquilo que ela determinasse, inclusive em autênticos reis ou bobos da corte.
Por ser um reino situado numa região longínqua, isolado de tudo e de todos, seu monarca entendia que não havia necessidade de seus assessores visitarem outros reinos com o objetivo de realizar um benchmarking político-social. Segundo ele, o que esse reino produzia em termos de progresso tecnológico e medidas para a manutenção de um desenvolvimento sustentável era o suficiente para se manter ativo e produtivo naquele seu mundo real.
Outrossim, por serem detentores desse reino formado por um povo pacato com hábitos estranhos, porém ordeiros, muito diferentes dos praticados nos demais reinos, os membros da família real preferiam viver isolados desfrutando das mordomias oferecidas pelas acomodações das mansões do campo às regalias do palácio real.
Na verdade, o palácio real era visto como uma autêntica casa de visitação. Em pelo menos duas vezes por ano, o rei convidava toda a plebe do seu reino para passar uma semana nas dependências do palácio, em meio a folguedos e festas, comendo do bom e do melhor.
Muitos anos se passaram e pelo que se comenta através dos escritos deixados nos anais da história antiga, esse reino não existe mais. Conta-se, ainda, que o povo que sobreviveu a tudo isso deixou registrado que esse rei morreu bem velhinho numa situação socioeconômica bem parecida com a da plebe local.
Há outra versão da história que afirma que esse reino foi vendido pelos seus herdeiros, bem antes da morte do rei, para um dos bobos da corte, sendo que a coroa real e demais pertences pessoais do rei morto que se encontravam no museu real teriam sumido de forma inexplicável, poucos meses antes da venda do reino.
Conta, ainda, a história que os súditos e outros bobos da corte ali residentes foram parar nos reinos vizinhos e que esse episódio filantrópico, inédito para os costumes reais daquela época, ficaria conhecido por todos os habitantes dos demais reinos como o dia que o povo dava um passo rumo ao palácio com o intuito de sonhar e encher a pança.
Era uma vez um reino muito rico, situado numa região distante dos demais reinos conhecidos da sua época, cujo povo não tinha o hábito de caçoar e nem de fazer chacotas acerca dos tropeços e trapalhadas praticados pelos bobos das cortes ali existentes.
Os bobos da corte desse reino, assim como as demais pessoas que habitavam as cercanias dele, tinham uma vida fantasiosa, cheia de benesses, anseios e sonhos, não muito comum nos humanos daqueles tempos e nem nos do mundo contemporâneo.
A fantasia que impregnava o corpo e a alma das pessoas que moravam ali era tão grande que muitos acreditavam que se a fada madrinha real lhes tocasse com a sua varinha mágica, todos seriam automaticamente transformados naquilo que ela determinasse, inclusive em autênticos reis ou bobos da corte.
Por ser um reino situado numa região longínqua, isolado de tudo e de todos, seu monarca entendia que não havia necessidade de seus assessores visitarem outros reinos com o objetivo de realizar um benchmarking político-social. Segundo ele, o que esse reino produzia em termos de progresso tecnológico e medidas para a manutenção de um desenvolvimento sustentável era o suficiente para se manter ativo e produtivo naquele seu mundo real.
Outrossim, por serem detentores desse reino formado por um povo pacato com hábitos estranhos, porém ordeiros, muito diferentes dos praticados nos demais reinos, os membros da família real preferiam viver isolados desfrutando das mordomias oferecidas pelas acomodações das mansões do campo às regalias do palácio real.
Na verdade, o palácio real era visto como uma autêntica casa de visitação. Em pelo menos duas vezes por ano, o rei convidava toda a plebe do seu reino para passar uma semana nas dependências do palácio, em meio a folguedos e festas, comendo do bom e do melhor.
Muitos anos se passaram e pelo que se comenta através dos escritos deixados nos anais da história antiga, esse reino não existe mais. Conta-se, ainda, que o povo que sobreviveu a tudo isso deixou registrado que esse rei morreu bem velhinho numa situação socioeconômica bem parecida com a da plebe local.
Há outra versão da história que afirma que esse reino foi vendido pelos seus herdeiros, bem antes da morte do rei, para um dos bobos da corte, sendo que a coroa real e demais pertences pessoais do rei morto que se encontravam no museu real teriam sumido de forma inexplicável, poucos meses antes da venda do reino.
Conta, ainda, a história que os súditos e outros bobos da corte ali residentes foram parar nos reinos vizinhos e que esse episódio filantrópico, inédito para os costumes reais daquela época, ficaria conhecido por todos os habitantes dos demais reinos como o dia que o povo dava um passo rumo ao palácio com o intuito de sonhar e encher a pança.