ESTAR

ESTAR

Em cavalgar calmo ou apressado, sobre a sela de meu alazão, com os meus cabelos soltos ao vento que vem de encontro a minha face, sinto o sangue pulsar frente em meu peito e asseguro com carinho a rédea do alazão e com o corpo bem solto sobre a sela, sinto exercitar todos os membros. Parece que estou a flutuar igual aos astronautas em tuas viagens lunares.

E sinto livre de todos os males e fico apenas deslumbrando meus olhos com cada cena ou ato que se realizando em meu percurso. O barulho das patas sobre as pedras ou nos trilhos pelos campos e veredas, o roçar de seus tornozelos em marcha ou galope. Também sentir cada toque que vem colorir a minha estrada, o verde das matas, os vários tons de cores dos pastos e nos campos, o escuro das rochas, as nuvens em seu bailar, o azul cristalino das águas. E na cor encantadora de terra, produzindo um esplendido espetáculo aos meus olhos, e ir colorindo todo meu ser em vários tons e cores.

Busco-me em cada toque das patas o son estridente a enaltecer-me de prazer de estar ali a cavalgar pelos trilhos e estradões da minha querência queria. Pois amo amar cada toque neste ou naquele, que ainda está por vir, porque por mais que eu queira chegar a algum aplis neste cavalgar perfeito sobre meu alazão, sempre deixo passar, despercebido algo pequeno, ou grande que só vai ser degustado pelos meus olhos em outro tempo.

Para mim, não adianta nada eu sair por ai dizendo que degustei todo o percurso, pois sou humano e erro sempre e por incrível que pareça, só vou ver que errei em um outro tempo, penso comigo mesmo, tudo está em teu devido lugar, talvez seja eu que não quero estar em meu devido lugar, posso ser o pior mesmo quando tudo a minha volta está a cada instante se renovando e produzindo energias novas para me fortificar por inteiro.

Por quando quero buscar neste cavalgar o melhor, sendo verdadeiro comigo e com os outros, principalmente não deixar a minha mente me trair. Porque sempre deixo o essencial escapar, isso pode ser bom ou ruim, seja neste ou em outro cavalgar. Mais também ficar aqui preocupado só com o que era de belo nada vai adiantar e assim solto as rédeas do alazão e deixo ele seguir conduzindo-me em teu percurso repleto de graça e leveza sem igual.

NUTE DO QUARA

Ara do Quara
Enviado por Ara do Quara em 18/07/2008
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