Casinha de sapê
Lá no norte de minas aconteceu um fato muita triste uma família fazia uma festa em casa,
lá pelas tantas apareceram um grupo de baderneiros a fim de acabar com a alegria do
povo o primeiro alvo foi o dono da casa depois atiravam a exmo.
Da família de Maria só escapou ela, por que estava na cozinha, e um dos baderneiros.
a arrastou para o mato a fim de violentá-la , e eu cheguei a tempo e como deixara a arma
do lado para conseguir seu intento, eu usei-a contra ele próprio e fugimos; como não
sabíamos a que distancia poderiam nos perseguir, continuamos fugindo sem destino.
Não encontrávamos nada a não ser trilhas por entre as matas; e água para matar a sede,
e enganar a fome. tínhamos fugido uma distancia de aproximadamente uma semana por
entre serras e matas, avistamos um rancho que la do alto parecia perto; e o dia tinha
acabado de amanhecer; nós andamos até ao anoitecer; lá não tinha uma pessoa viva ,
passamos a noite enterrando os corpos que lá encontramos. Correndo de uma chacina,
que não sabíamos em quantos mortos resultou, lá encontramos um amontoado de corpo.
Como se tivéssemos voltado ao mesmo lugar. Como se explica tanto ódio no coração dos
homens? a manhã do dia seguinte, foi tão assustadora como tudo que tínhamos passado.
estávamos nós os dois recostados um ao outro na tentativa de esquentar nossos corpos
e descansar, apareceram seis cavaleiros, todos mal encarados, um que se representava com
chefe do bando, me perguntou – vocês encontraram alguma coisa aqui quando chegaram? - não
senhor não vimos nada se o senhor sabe o que vimos, é um sinal de que não vimos nada,
significa que se tivéssemos algo a dizer para alguém, não precisaria dizer para o senhor, que
demonstra até saber melhor que nós. Sabe que você é um sujeito bem abusado? Prefiro que o
senhor me mate ou me chame de abusado, que boca mole; eu só falo o que acho ou sei que
deve falar meu pai dizia ,que boca fechada não entra mosca . ele falava também que quem fala
demais dá bom dia cavalo.
Então faz o seguinte, da sua boca ninguém vai saber o que aconteceu aqui mas eu vou explicar para vocês dois – todas estas terras aqui são minhas; o povo que morreu aqui apareceram do nada, cortaram madeira fizeram este barraco, e apossaram-se da terra e começaram a devastar; já estavam derrubando arvore, e vendendo madeira. Eu como sou uma pessoa paciente, deixei correr mas um dia meu capanga passou por aqui, e viu um pedaço de terra sendo cercado ai eu mandei observar, quando foi visto, já avia animais gado, ai eu vim calmamente falar com ele e era pai mais sete filhos e a esposa; todas de arma em punho se vocês perceberam aviam dez corpos; dois foram meus homens que morreram foi por isso que morreram todos.
Mais homens meus iam morrer e eu estou com um tiro na costela; também poderia ter morrido pelo que é meu. E vocês de onde vem? A história é longa e eu não estou disposto a contar; quem sabe um outro dia! Vou fazer outra pergunta – para onde vocês pretendem ir? Eu não sei, paramos aqui para descansar se o senhor permitir que demos uma parada aqui, e que eu procure por esta mata algo para comer em poucos dias sairemos a procura de algo para fazer e levar a nossa vida.
- Já sei você é um homem trabalhador e gente trabalhadora merece viver quando não são exploradores; já vi que você não é fica aqui pode fazer o que quiser para sobreviver; e não precisa procurar nada na mata para vocÊ e sua mulher matar a fome tem tudo ai, e o que não tiver eu mando para vocês. Vamos embora e eu mando saber se está faltando alguma coisa e se quiser trabalhar para não ficar pardo, use as ferramentas que tem ai e vai passando o tempo. E nós ficamos naquela casa quinze dias sem ver ninguém; foi quando apareceu o Fazendeiro e seus capangas; eu avia capinado uma parte do terreno e como ele me autorizou, peguei do mantimento que tinha em um dos cômodos da casa, e plantei Milho, e feijão. Quando ele viu já estavam tudo em brotos já com suas primeiras folhas.
[Fazendeiro] por que você fez isto? - a o senhor me desculpa! É que eu entendi que era para eu fazer alguma coisa para não ficar atoa e a única coisa que sei fazer é produzir. Eu acho que o senhor veio para dizer que nosso tempo aqui terminou, e se é isto, pelo menos fiz algo para deixar como agradecimento pela sua bondade em nos acolher
[Fazendeiro rapaz eu não perguntei nem o seu nome nem de sua mulher mas pessoas como vocês tem um nome. – sim ela é Maria e eu meu nome é João. Volta o Fazendeiro a dizer João, eu não vim tirar vocês daqui pelo contrário eu quero que fiquem; todo esse terreno que aqueles malditos demarcaram isto se você quiser, pode cuidar dele como se fosse seu planta o que achar melhor mede e divide comigo.
Sua proposta é boa mas o senhor me dá uns três dias para responder?
- Claro, eu volto em três dias.
[Maria] por que você não respondeu? - Maria ele pensa que somos marido e mulher, eu não sei o que você pretende da sua vida, eu não posso responder por você. Até quando vamos fingir que somos marido e mulher?
Por que João eu não posso ser sua mulher de verdade? – você não está brincando? Ora João onde eu vou encontrar um homem melhor e mais respeitador que você? Nós estamos todo esse tempo juntos, já fizemos de tudo juntos menos o que os maridos e as mulheres fazem juntos nos nunca fizemos até dormir já dormimos juntos - O Maria dormimos juntos, mas não te faltei com o respeito – pois é isso João não faltou por que não quis se depender da minha permissão podemos começar agora! Ou você não me quer? No terceiro dia, o Fazendeiro mandou um de seus homens saber a resposta, o sujeito chegou e não resistiu a beleza de Maria João estava na roça, e quando chegou viu Maria lutando com o sujeito que tentava violenta-la João embicou a espingarda, e deu um tiro só para deter o sujeito colocou-o sobre o arreio amarrou cm força, e bateu no cavalo que saiu em disparada ralando-o por todo quanto era galho que passava; João se preparou para o pior. O patrão mandou desamarrar o empregado, e fez com que ele fosse até lá saber de João o que tinha acontecido. João disse patrão eu não o matei em consideração ao senhor, mas quem mexer com a minha mulher morrerá; e agora chegou o momento de eu cantar o por que viemos parar aqui; e João contou toda a história do por quê vieram parar naquela casinha de sapê. O Fazendeiro que nunca emocionara com nada, s emocionou. O Fazendeiro viu que estava ajudando um homem de coragem, e que acima de tudo se dispunha a arriscar sua vida em beneficio dos outros.
João cresceu no conceito daquele homem; e com Maria do seu lado, ele tinha disposição para recomeçar; ambos lutaram muito; tiveram muitos filhos, e tornaram-se os donos do lugar e João era um homem respeitado; ele sabia que aquele homem que o ajudara, não fazia isto com muita gente; um dia João saiu para uma viagem de uns dois dias, tempo o suficiente para comprar o necessário na cidade que ficava a algumas léguas de distancia.
Maria e os filhos ficaram a sua espera; aconteceu que a caminho da cidade, nesse tempo já aviam aberto uma estrada; João caminhava no seu cavalo, por aquela estrada chegando ali naquela subidinha ele diminuiu a marcha para poupar seu animal já que a caminhada era longa; e foi assim que ouviu uns gemidos que vinham de dentro da mata; João apeou do cavalo, e foi ver o que era; amarrou seu cavalo em um pé de araçás e desceu até o local dos gemidos lá junto a um pé de roseira brava, uma arvore que em algumas regiões é conhecida como Lustrosa, lá estava o Fazendeiro caído e sangrando.
Aquilo levou João a crer que seu patrão teria sido baleado na estrada, e levado para não ser localizado. João encontrou o homem agonizando, pois avia levado alguns tiros; João procurou observar o estado do homem, e decidiu deitá-lo sobre o cavalo, e caminhou até encontrar alguém que pudesse ajudá-lo; achou la na beira do riacho uma cabana onde morava um velho que por sinal era um curandeiro. Aquele senhor de cabelos compridos, barbas brancas, característico de um homem da selva; sem falar muito, foi pronto a atendê-lo; pediu para segura-lo afim de com suas ferramentas rústicas, fazer a retirada das balas.
Por ali João passou quatro dias, e quando viu melhora do seu amigo resolveu partir e deixou a promessa de que voltaria em um espaço de quatro a cinco dias.
Homem de palavra! em quatro dias João voltou já havia avisado a família do Fazendeiro, abastecido a sua própria família com o que fora comprar, e vinham trazendo recursos para a remoção do Fazendeiro ferido.
O Fazendeiro se recuperou, e João com esse feito, ganhou mais ainda a confiança e amizade do fazendeiro que doou a ele a propriedade a qual vinha cuidando desde que ali chegou com Maria; deixou então de ser meeiro, tornando assim dono da propriedade, que fazendeiro o doou em forma de agradecimento. Por João ter salvo a sua vida. Ali João e Maria viveram por mais de vinte anos e criaram seis filhos.
Alguns peões e trabalhadores da Fazenda, e invejosos não se conformavam! Queria eliminar João a qualquer custo; assim começaram a articular uma forma de acabar com ele. Os mais inteligentes queriam fazer isso sem chamar a atenção, mas Tião era mais afoito e decidiu tomar a frente; sua mulher estava grávida, e ele nem sabia que naquela hora lá em sua casa, estava acontecendo um fato muito importante: seu filho estava nascendo; naquela mesma hora nascia uma neta de João seu filho mais velho, Nilton era o pai e não estava em casa, enquanto sua filha nascia; João ficou sentado em uma cadeira na varanda, dando apoio necessário na ausência do filho.
Tião se aproveitou e atirou por entre as folhas de uma castanheira, e acertou o peito de João que caiu morto. Ninguém da casa percebeu João não viu sua neta! Justamente foi Nilton que vinha chegando, e perseguiu o assassino de seu pai; e foi alcançar na entrada em casa e o matou dona Noêmia mulher viúva de Tião guardou a Espingarda e jurou:- hoje meu filho nasceu e o pai dele morreu; mas ele irá vingar.
Dona Noêmia guardou isso em silencio; Romualdo e Cleide cresceram se gostando e se amando uma coisa que as famílias não conseguiram evitar. Fizeram vinte anos já pensavam em se casar dona Noêmia advertia o filho a fugir desse amor que poderia lhe trazer muita dor.
A viúva tinha seu plano de vingança desde o filho ainda criança hoje faz vinte anos fiz uma jura fatal uma jura minha mãe, o que jurou? Jurei com esta arma sobre o sangue do seu pai que tu haveria de vingar; e que mataria aquele que o matou tu matas mato sim minha mãe já que a senhora jurou!ainda que esta vingança roube do seu seio o amor? Ainda assim eu farei; então vai Nilton foi quem o matou; Nilton pai de Cleide minha mãe, perdoe-me! É ele sim eu disse que este amor te causaria dor, você não me deu ouvidos vai mata este homem, ou serás amaldiçoado saiu o jovem entristecido com seu coração partido, mata o pai de sua amada e dispara contra si um projétil em seu ouvido.
Sair assim a pobre espavorida que perdeu os dois homens da sua vida.
Morre Nilton e Romualdo, e ela se vê perdida
Foge a mãe com sua alma destroçada assassina do seu filho é ela amaldiçoada
FIM