Fantástica fábula desencatada
(Paródia de conto de fada)
Era uma vez uma tal Chapeuzinho vermelho. Moça ou menina ninguém sabe ao certo. Nem tampouco se sabia da existência de mãe ou pai dessa personagem, será que era órfã a infeliz?. Para falar a verdade nem ao menos se conhece o verdadeiro autor dessa fábula torcemos por seja os Irmãos Grimm. Nesse conto não havia nenhuma fada e nenhuma bruxa.
Bem...Imagina-se que a mãe da mocinha era designer de moda e com esse conto lançou o capote com capuz que veio a ter estrondoso sucesso no mundo da moda até os dias de hoje com algumas variantes na cor.
Uns autores de causos e lendas criaram também um moleque negrinho brincalhão que usava capuz vermelho. Mas esse não era bom nem ruim, apenas arteiro.
Não percamos a nossa personagem de vista, essa pobre moça sem nome que não era princesa, nem bela, nem nada, apenas era boazinha e usava um capuz vermelho. Enfim uma personagem inútil, e o que escrever sobre ela? Era melhor que inventassem alguém que fizesse alguma coisa na história, pois nem a vovozinha da moça (única parente que se conhece mesmo após intensa investigação) faz algo na história, pois passa o tempo todo na cama, puro ócio. Na verdade essa avó tinha sido uma vedete do teatro de revista carioca que não conseguiu nenhum papel importante e estava à porta da aposentadoria pelo INSS.
Sabia-se de fonte não fidedígna que a vó da moça era proprietária de uma elegante mansão na floresta onde há tempos recebia garotos de programa na calada da noite e depois da orgia nadavam pelados no lago atrás da casa.
E para impedir a neta xereta de chegar lá de sopetão e pegar a velha no flagrante, dizia a vó para a pobre e idiota menina que a floresta era escura perigosa e cheia de feras. Mas imbuída de sua boa fé a mocinha atravessava a indolente floresta para levar os doces do Amor aos pedaços para a vovozinha, e fazia isso todos os dias. Meu Deus, essa mulher devia estar enorme de gorda! Se ainda não morreu com altas taxas de açucar no sangue...(Soubemos que há tempos não recebe mais os garotinhos de programa mas finge doença para receber os médicos do SUS).
Pelas investigações chegamos à conclusão de que a moça queria mesmo herdar a casa da velhinha. E ela era tão determinada nessa maldade que enfrentou inúmeras vezes os animais da floresta sem nunca faltar a única visita. Uma vez deparou-se com um Lobo que que todos chamam de Lobo Mau.
Esse animal seria o persoanegem de mais forte atuação no texto mas o roteiro mudou naquele instante. Ele era muito feio mas tinha uma linda voz quando urrava elegante para ela, tinha corpo esbelto e peludo, a boca carnuda, os olhos flamejantes e as unhas de fazer inveja a qualquer mortal. A moça pensou: É hoje ou nunca mais. Se não me agarrar agora a esse coitado que pensa que é mau vou morrer solteirona e ingerida por um bicho papão. Comeram os docinhos da cesta, falaram da droga da vida, e amanheceram juntos na moita. Passou a chamá-lo de Lobão e assim tornou-se conhecido.
A moça que não era encantada e nem encantadora só podia mesmo apaixonar-se por um animal sem pedigri que não se torna príncipe nem depois do beijo.
E como era de se esperar, numa história dessas as personagens não podem acabar vivendo felizes para sempre....Não é mesmo?