A Caneta Mágica

Havia um menino chamado Tommy que não via a hora de conhecer a sua fada madrinha.

Ele tinha 9 anos, e segundo uma historinha que ele leu quando pequeno, as fadas madrinhas só aparecem para as crianças quando elas completam 10 anos.

Tommy não via a hora. Andava muito ansioso, pois o dia do seu aniversário estava chegando.

Ao chegar o dia, Tommy esperou ansiosamente pela fada madrinha.

O dia passou e ela não chegou. Tommy foi dormir triste pois já havia perdido as esperanças. Sua fada não apareceria mais.

Foi quando, ao deitar-se, Tommy avistou uma luz perto da janela. A luz ia se aproximando lentamente.

Ao chegar bem perto dele, a luz transformou-se na tão esperada fada madrinha!

Tommy quase não acreditava. Olhava boquiaberto.

- Olá, Tommy. Soube que estava a minha espera. – Disse a simpática fada.

- Sim! – Disse Tommy com um sorriso de orelha a orelha. – Então você é a minha fada madrinha, certo?

- Isso mesmo, Tommy. Prazer, Serena.

- O prazer é todo meu. Então...já posso fazer meu pedido? – Disse Tommy, ansioso.

- Na verdade não vim conceder-lhe um pedido. Vim dar-te um presente.

Tommy olhou, desanimado. Havia esperado tanto pelo dia em que pediria o que quisesse à sua fada, e em vão, pois não poderia pedir coisa alguma.

A fada entregou a Tommy uma caixa bem pequena. Tommy ficou ainda mais desanimado.

- Abra. – Disse a fada. – Garanto que irá gostar.

Ao abrir a caixa, Tommy viu uma caneta. Não era igual as outras, era muito mais bonita. Mas nada tinha a ver com o presente que ele desejava.

Tommy havia planejado pedir a fada uma bicicleta. Ele sempre sonhou em ter uma bicicleta, porém, devido as condições de sua família, ele nunca pode ter.

Tommy olhava com desânimo para caneta.

- Ande, Tommy. Desenhe alguma coisa.

Tommy desenhou uma bicicleta em uma folha de papel que havia ali. E, de repente, a bicicleta dos seus sonhos apareceu na sua frente.

Tommy arregalou os olhos. Não podia acreditar.

- Como a bicicleta veio parar aqui, fada Serena? – Perguntou Tommy, confuso.

Serena soltou uma risada.

- Essa caneta é mágica, Tommy. Desenhe o que quiser e se tornará realidade.

Tommy não se continha de tanta felicidade.

- Mas tome bastante cuidado no que irá desejar. – Disse Serena. – E aproveite bastante. Você poderá usá-la até completar 11 anos. Depois disso, a caneta irá para uma criança que for completar 10 anos.

- Pode deixar, fada Serena. Saberei usá-la. E muito obrigada. Muito mesmo.

- Tudo que você desejar, eu saberei. Portanto, se desejar algo errado, eu terei de tomar-lhe a caneta.

- Não será preciso, fada Serena. Eu te garanto.

Os dois se despediram. Tommy nem conseguiu dormir. Desenhou a noite inteira.

Desenhou uma casa nova, um bom emprego para seus pais e para os pais de seus amigos que estavam desempregados. Desenhou brinquedos e outras coisas mais que ele sonhava em ter.

Contou sobre a caneta a seus amigos, que pediram para Tommy desenhar milhões de coisas.

O ano foi passando, e Tommy desenhando tudo que desejava.

Já não sabia mais o que desenhar. Achava que tinha tudo que queria.

Chegou o dia do seu aniversário de 11 anos. Tommy entristeceu-se, pois não poderia mais possuir sua caneta mágica.

A uma certa hora do dia, a fada apareceu novamente no quarto de Tommy, que estava rodeado de amigos.

- Olá Tommy. Olá crianças. – Disse a fada. – Devo-lhe parabéns. Pelo seu aniversário e por ter usado bem sua caneta.

- Obrigado, Serena. Mas confesso que não estou feliz em devolvê-la. – Disse Tommy.

- Entendo. Mas como hoje é seu aniversário, lhe darei o direito de fazer um último desenho. Pense bem Tommy, pois esse será o último.

Tommy ficara feliz por poder desenhar novamente, porém não sabia o que desenhar.

Seus amigos logo deram palpites:

- Desenha um carrão, Tommy.

- Não, desenha uma moto.

- Não, Tommy. Desenha uma mansão.

- Uma fábrica de brinquedos.

- Uma mala cheia de dinheiro.

E os palpites não cessavam...

Tommy continuava pensativo. Queria desenhar algo que mudasse sua vida. Algo diferente de tudo que ele desenhara antes.

Finalmente Tommy começou a desenhar.

Fez um círculo grande, com uma linda natureza e animais nela, e várias pessoas de mãos dadas.

Em volta das pessoas, desenhou vários corações.

Como a caneta era mágica, ela poderia tornar-se da cor que Tommy desejasse.

Ele pintou todo o desenho, porém, deixou em branco a parte onde estavam as pessoas.

Quando Tommy terminou o desenho, tudo parecia mudar.

Então, a fada e as crianças perguntaram-lhe o que ele havia desenhado.

- Esse grande círculo representa o nosso planeta. Essa bela natureza, é como desejo que ela seja. As pessoas de mãos dadas, é para que todos do mundo sejam unidos. E o coração em volta delas, é para que haja sempre o amor.

Todos abriram um enorme sorriso.

- Que belíssimo desenho, Tommy! – Disse Serena. – Mas vejo que esqueceu de pintar uma parte.

- Na verdade não esqueci.

- Mas por que a deixou em branco?

- O branco onde estão as pessoas, é para que finalmente o mundo tenha paz.

Paula Macedo
Enviado por Paula Macedo em 03/06/2008
Código do texto: T1018073
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