O Relógio e o Tempo
São Bernardo do Campo, dia 15 de abril, Uma hora da manhã.
Aqui estou mais um dia. Lamentando o fato de não ter o que fazer. Desejando vontade de ter o que fazer.
Meu nome é Francisco, tenho 42 anos, sou casado e tenho 2 filhos. Uma menina linda, de 12 anos, e uma garoto de 7, ambos são muito especiais para mim.
O que vou contar a seguir, mostra que toda a experiência adquirida durante toda a minha vida, não valeu em nada.
Eu trabalho em uma empresa de plástico. Minha função é fiscalizar se todos os funcionários estão utilizando corretamente os EPI's, que são os equipamentos de segurança. Garantindo assim, a saúde, e salvando a empresa de possíveis processos.
Ontem por volta das 17 horas, eu saí da empresa dirigindo meu carro, Um Corsa Sedan Azul escuro, de placa EXD 4315. Na rua Padre Inácio Borba, eu parei no semáforo, de vidros abertos, com o braço e mão para fora, mostrando meu relógio, uma falsificação barata de um Rolex.
Antes do semáforo abrir, um motoqueiro emparelhou sua moto em meu carro e pediu com nenhuma educação que eu entregasse o relógio para ele. Eu me apressei para fechar o vidro, pensando que aquilo estaria resolvido, mas foi quando ele tirou uma arma e apontou para mim. Fazendo com que eu perdesse além do meu relógio, meu carro, minha carteira e todo o dinheiro que eu tinha ali. Se eu tivesse entregue o relógio na hora, eu estaria com meu carro, com minha carteira, e com meu dinheiro.
Na empresa onde trabalho, nós adquirimos experiência para minimzar os erros, dando lucro para a empresa. E na vida não é diferente, nós adquirimos conhecimento errando, para errar menos no futuro e viver melhor. Mas hoje, aos 42 anos, vejos que tudo que aprendi na vida sobre como não reagir a um assalto, não serviu em nada.
Voltei pra casa a pé. sem dinheiro, sem carro, sem carteira e sem meu relógio falsificado. Maldito relógio.