Culpada!

Cheguei sem dizer nada, sentei logo no banco da frente, em meia hora começaria a audiência.

Minutos depois ele chega sem nenhuma palavra e senta ou meu lado. Quando relógio marcou exatamente 16:00. O juiz entrou no tribunal. Tensão. A Vida da minha mãe esta em Julgamento.

O juiz sentou-se e iniciou a julgamento.

Ele pegou em minhas mãos e sentiu como eu suava frio. Elem me fitou e deu um sorriso nervoso. Passei toda a audiência calada, segurando em suas mãos.

Alguns segundo para o fim da audiência, o juiz deu seu veredicto?

- Culpada!

Pronto, foi o necessário para eu entrar em um transe profundo

- Jaqueline Marson, a senhora é culpada pelo assassinato de seu marido Felipe Marson, com pena mínima de trinta e dois anos.

Apertei sua mão, foi a única forma de me sentir segura, eu sabia que não tinha sido mamãe que matou meu pai, e sim eu. Senti meu coração parar por alguns segundos e logo depois, voltar a bater, minha respiração estava contida. Não chorava, estava em choque. ”Culpada”, mas como, se quem matou meu pai fui eu, e por covardia não fui capaz de dizer a verdade, deixando minha mãe assumir a minha culpa. Meu mundo acabou naquele momento, nada poderia ser pior que aquilo. Ele ainda segurava minha mão, foi uma forma de me deixar confortável, num segundo, me vi abraçada com ele, minha respiração se agitava agora.

Ele se desfez do meu abraço, e me virou para o corredor do tribunal. Onde vi minha mãe, algemada, sendo guiada por dois guardas gigantescos. Ela não tinha vida no olhar, sequer olhou para o lado onde eu estava. Será que ela me viu? Naquele momento com certeza ela não me considerava mais como sua filha. Eu era uma traidora, uma covarde.

Que matara seu próprio pai, por motivos sórdidos, e ainda por cima não assumira a culpa, deixando sua mãe passar o resto da sua vida presa.

Eu não queria mais ficar ali, Pedia para que ele me levar embora. Até então eu não tinha chorado. Mas quando sai para rua é vi o por do sol, me desfiz em lagrimas, com o pensamento de que dificilmente minha mãe teria aquela visão, nos próximos anos. O por do sol estava magnífico, acho que era de propósito. Meu coração se apertou. Eu não queria saber de mais nada. E em um impulso enlouquecido, soltei sua mão.

Lembrei de meu pai morto, do tiro que dei em sua direção, do grito de minha mãe. E do seu olhar ao sair do tribunal. Minha vida tinha acabado. Sai correndo em disparada, sem olhar para os lados, parei no meio da rua, parecia combinado.

Quando parei, não via mais nada, apenas ouvi o barulho do motor do caminhão que passara por cima de mim. Que havia me matado

Estava Morta.

E Ele... Não sei quem era. Talvez meu pai!

Paula Rodrigues (Coka)
Enviado por Paula Rodrigues (Coka) em 12/04/2008
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