ÉPOCA EXCEPCIONAL LITERALMENTE 2 PARTE

Setembro 1968 primavera, chego na Inglaterra, vida nova mundo novo, uma lingua mais facil seria mais gostoso. Vou para a Paddington Station tomar o trem que me levaria a Bristol, umas 3 horas de viajem de Londres. Malas malinhas frasqueras e malão (muchila não tinha). Chego a Bristol encantada com a viajem até lá, a paisagem do caminho a amplidão dos campos, os castelinhos as casas , como descritos no livro o no filme visto, parecia que já havia morado lá. Na estação corre logo um rapaz bem inglês arrumadinho e de bochechas vermelhas, nome Peter um monitor e chofer da diretora da escola onde eu ficaria. Entramos na Vila Thornbury, uma rua de comercio correio etc e já já termina e me defronto com um lindo parque de frondosas arvores, muito muito verde, e as 5 casas rodeavam com um bela igreja no meio, qual delas eu ficaria? Chegamos Thornbury Hatch, uma casa enorme de tres andares cor cinza escuro como as outras pedras encrustadas e lá deno alto me chamou a atenção o cata vento não era um galo e sim um Morcego, brrr gelei e arrepiei sinistro não, enfim vamos lá. Bem recebida pela diretora que só assustou um pouco com minha bagagem, pois lá eles usavam quase sempre a mesma roupa, mais escuras e discretas as meninas mini saias, e eu levei tudo que tinha desde vestido tubinho até uniforme de bandeirante. Fui para o quarto onde dividiria com duas monitoras, uma alemã e uma suiça, as duas de cabelos pretos mas olhos azuis enormes e lindos, desci para o jantar onde conheceria a nova familia e as crianças, professores monitores etc. Foi uma boa acolhida simpática e elegante. Éra tudo inédito e emocionante. Eu do Brasil e todos da Europa, Escandinavia e adjacências. As crianças da casa umas 30 mais doces singelas outras ariscas na delas e poucas fechadas isoladas no seu próprio mundo. Novo dia acordar as 6 da manhã esse éra o horario, arrumar a cama se vestir, no banheiro sem chuveiro só banheira ou o tal banho de gato com um trapinho na pia. Acordar as crianças vestilas as 7 horas descer para o café. Dai levar as crianças para a escola que ficava no imenso parque, uma escola diferente estilo moderno de arquitetura Antroposófica. Voltavamos e tinhamos aula das 10 as 12 horas, nem todos os dias, pois poderiamos ajudar na cozinha ou limpar os quartos até jardinagem fazia. Voltavamos a buscar as crianças para o almoço, era uma hora alegre de brincadeiras ou de confusão quando alguma tinha algum ataque ou entrava numa outra sintonia. Após o almoço tinhamos 1 hora livre para ir até a cidadezinha comprar algo, dormir ou escrever carta para a familia. O dia terminaria as 9 da noite exausta claro não estava acostumada a esse ritmo, o trabalho era todo dia apenas um dia livre por semana, o meu era terça-feira, nesse dia podia sair sem dar satisfação a ninguém ir para onde fosse dormir fora ou não, ninguém se importava você era livre nesse dia, liberdade total. Ingleses são um pouco dificeis de fazer amizade trancados, mas depois que abrem a guarda é muito bom aquele humor diferente e uma amizade sincera e decente. Alemão mais rudes sem muito papo, escandinavos e suiços mais liberais e exclusivistas. Não foi dificil me adaptar a eles tenho o espirito alegre e divertido e jogo de cintura. O dificil era tomar conta de tudo com rapidez, eu que no Brasil nem minha cama arrumava imagina só. Lá fora as arvores carvalhos no outono davam o tom, e forravam o chão era pisar e sentir o crocar. Programa de monitor no dia livre ou a noitinha era ir para thornbury comer peixe com batata frita enrolados no jornal, e uma limonada quente no inverno que tinha cara de purgante mas era uma delicia, nunca consegui fazer igual. Vez ou outra iamos para Bristol passear, uma cidade portuaria mas muito bonita com lindas faculdades e claro belissimos parques. Uma noite ia ter um show dos Bee Gees grupo famoso na época (Beatles estavam em Liverpool ou rodando europa, conheci a Carnaby Street rua famosa na época). E lá fomos para o tal show todos os monitores de onibus normal, eu levei minha companheira para tirar fotos uma famosa maquina Rio 400 (alta resolução rs) e no meio do show fui tirar uma foto bem no meio na passagem defronte a eles, e ai que aconteceu ah...cada um pegou num braço e me levou... os Bobs(policia inglesa) fora o susto, mas era proibido tirar fotos, eu implorei, que nada tinha de esperar terminar o show e ir buscar só a maquina com eles o filme ficava, com isso terminou o show e lá fui eu, me devolveram mas quando sai...onde estava o pessoal? prá minha surpresa já tinham ido pois o ultimo onibus era o das 23 horas e eu havia perdido, solta sem saber o que fazer com a minha vida perguntei a uns rapazes como deveria proceder, muito britanicos me disseram podemos dar carona para você até a beira da estrada e de lá você vai pedindo carona, nossa fiquei apavorada pedi então, me levem num posto da policia, lá cheguei e expus o ocorrido, deram bola? que nada nem ai, eu apavorada disse por favor marque meu endereço aqui e meu nome e numero do meu passaporte caso ocorra algo comigo vão ser responsaveis, eles riram de mim e eu sai. Fui para a estrada um fog danado filme de terror mesmo eu chorava... e agora, e fui caminhando e dando sinal com a mão para uma possivel carona, até que passado um tempo sinto um carro parar, olhei era a policia acho que se condoeram e resolveram me dar carona até a escola, mas antes eu teria que fazer a ronda com eles, o que achei o maximo nunca tinha feito isso, e fomos conversando eu arrisquei falar de futebol e deu certo eles se animaram e eu elogiando o Brasil até. Na escola depois de um tempo tive um quarto só para mim que delicia, podia ficar com a luz acesa ler ouvir musica nas minhas horas vagas. Tive dois namorados lá, não eram da escola um de Thornbury o Leonard um amorzinho e o outro o John do País de Gales( Lugar muito lindo, muitas ruinas e muita história). Europeu é diferente eu dizia que só podia namorar certinho sem sexo e eles na boa aceitavam sem retrucar ou ficar insistindo isso me deixava contente. Ao contrario das outras monitoras que deitavam e rolavam com quem fosse e tomavam LSD a vontade, aborto depois claro o tal pilula para descer a mesntruação e tudo na boa, tipo to tomando uma aspirina. Eu levava cada susto com essas informações, para eles eu era uma beata ou nerd. As festas na escola eram muito interessantes todas voltadas para o aprendizado das crianças. As com Sindrome de Dawn um encanto super doceis e amorosas, Altistas uma vida num mundo distante quase inatingivel, Psicóticas um terror em noite de lua cheia era uma correria com elas desenfreadas e as Epiléticas com todo a sorte de ataque. Não era nada facil lidar com elas tinha de ter muito sangue frio,chorei muito muito inumeras vezes meu coração apertava pela emoção e sofrimento das crianças, deprimia muito. A medicina lá era homeopatia. Nas ferias não eram todas as familias que vinham buscar seus filhos, chorei muito ao presenciar essa dolorosa rejeiçao. Não éra dificil uma criança acordar mais cedo defecar no quarto e se lambuzar inteira até os dentes, e nós tinhamos de colocar elas na banheira e depois lavar todo o quarto, era uma espécie de protesto inconciente eu hoje acho. Chega o inverno tudo branquinho lá fora a neve fininha caindo era pura poesia, as casas os castelos até o morcego lá em cima ficava branquinho, Natal tinha o Saint Claus e muitos rituais, rezavamos e liamos a Biblia todo sabado. Essa era minha proposta fazer 2 anos de curso lá depois outros 2 anos na mesma escola na Escócia e voltar para o Brasil e ser uma Professora de pedagogia curativa para crianças excepcionais, uma contribuição minha ao mundo que eu tinha decidido. Eu só recebia um dinheiro de bolso, eles davam tudo e eu pagava meu estudo limpando a casa e fazendo de tudo. Chego a 1969 já mais tarimbada no convivio de tudo na lingua que já me expressava bem. No próximo conto devo finalizar e contar como foi 1969 até lá. SEE YOU!