MORGAN O RETORNO - CAP VIII
MORGAN O RETORNO - CAP VIII
O dia amanhece e está caindo uma chuva fina e gelada na floresta, Morgan tenta seguir o caminho, mas, agora eles não sabiam para onde estavam indo e a mata era muito fechada, mas, eles não poderiam parar agora. Morgan segue fazendo trilhas com seu velho facão e olha para trás e vê somente Morgana reclamando de galhos que batem em seus rosto e os mosquitos que não a deixam um só segundo, mas, seguem à procura de um local onde possam pelo menos tomar um banho quente e tomarem um cafezinho...
Engano seu, pois, o pior ainda estava por vir e nada de banho quente e cafezinho. Morgana estava exausta e em frangalhos mesmo, mal conseguia se mexer. Morgan para e olha para trás e com o seu facão na mão avança para cima de Morgana e em um só golpe decepa a cabeça – aquela víbora estava para morder Morgana- A víbora estava quase mordendo os seus tornozelos , mas, Morgan não permitiu que isto acontecesse.
Eles seguem caminhando pela mata e não tem mais noção de onde se encontram, pois, nem mesmo os raios do sol eles podem ver a mata é muito densa e úmida. Os perigos continuam e sem que eles percebessem, minúsculas criaturas os acompanham o tempo todo. No momento em que eles fazem uma parada, para beberem água, as criaturinhas os cercam. Agora , Morgan e Morgana estão novamente sem saída e como estavam na beira de um lago, resolvem entrar na água para se defenderem de tais criaturas. Morgan com seu facão cortava a cabeça de todas que tentavam mordê-lo. Morgana só observava, pois, não tinha nenhuma arma. A água estava totalmente rubra e ainda restava algumas criaturas que não se arriscaram entrar no lago e atracar Morgan. Ele pensou, se elas não entraram é porque estão com medo, então posso sair. Mas, no momento em que põem os pés na areia, todos avançam por cima de Morgan, mordendo-o por completo. Mas , Morgan não desiste e dá-lhe facão para todo lado.
Morgan pensa, sou mesmo um cara azarado, uns até pensam que sou terrível, mas, na verdade sou mesmo azarado de montão. Tive tudo para sair dessa e desperdicei todas as minhas chances de dar a volta por cima e agora, para completar a minha azaração, ainda tenho que carregar Morgana pra cima e pra baixo, numa luta sem fim. Pensou ele de novo : É azar demais para uma só pessoa”. Naquele momento de fúria e muito pessimismo, Morgan até pensou em atirar Morgana para cima das criaturas e estaria metade dos problemas resolvidos. Mas, ele pensou melhor e na sua retrospectiva de vida, percebeu que antes dela, as coisas já estava em decadência e só conseguir soerguer-se, com a ajuda desta moça. Feia, mas, que era adorável. Morgana, naquele seu sofrimento para se livrar das criaturas, olha para Morgan e num release pode observar o que Morgan significava pra ela e vice-versa. Uma última criatura ainda está no pescoço de Morgan, Morgana não titubeou e apanhou uma grande pedra e esmagou a tal criatura ainda no pescoço de Morgan. Ele deu uma cambaleada e aterrisou inconsciente. Morgana não sabia o que fazer , mas, mesmo assim, pegou aquela água rubra que estava ainda por lá e jogou no rosto de Morgan. Ele se levanta dando golpes de facão para todo lado, mas, não havia mais criaturas e quase acerta a cabeça de Morgana. Eles agora descansam e espera mais um tempo à beira do poço, até que recuperem as forças....Chove muito e o barulho da chuva na folhas e muito grande, nada se ouve além desse chuá. Mas, eles andam mesmo assim e Morgan está todo rasgado pelas criaturas, pois, eles tinham dentes e garras afiadas e fizeram um estrago em suas pernas, costas e barriga. Morgan está com um corte muito profundo no abdómem e sangra muito. Morgana faz alguns curativos, rasgou parte de sua saia e colocou umas amarras para ver se continha o sangramento. Morgan não tem muitas forças, pois, já está há muito tempo sem comida e não existe nem uma perspectiva de encontrar algo para comer. Morgana, essa nem se fala, está tão pálida que parece que já faleceu. Mas, eles mesmo assim, não desistem nunca. Morgan faz uma parada mais uma vez e tenta encontrar algo para comer, ele fura o chão da floresta em busca de alguma raiz, mas, está escuro e ele não encontra nada. A chuva aumenta e agora escorre água por todos os lados. Além disso a chuva forte vem acompanhada com muitos raios e trovões, que assustam todos os bichos da floresta. Finalmente, Morgan encontra uma raiz comestível, pois, ele conhece, pois, já passou por aquilo uma vez, mas Morgana nem quis provar, não estava acostumada a comer pedaço de pau. Ela olha para Morgan e parece que está muito bom. Pede um pedaço de raiz, prova e continua mordendo, ela acaba por se entregar e come também.
Agora não lhe restam muito a não ser dormir, ou melhor, tentar dormir, pois, o frio e a chuva não dão tréguas naquele local. Morgana está trêmula e batendo queixo, Morgan é um pouco mais forte, mas, ele está muito febril pelas feridas e pelo sangramento. Ele pede para Morgana fazer umas compressas de raízes que ele mesmo encontrou, ela bate com pedras e faz uma pasta e coloca nas feridas de Morgan. Lá pelas tantas da madrugada, a chuva dá uma estiada. As nuvens se afastam e a lua aparece, pelo menos a claridade melhora. Morgan parece que já está bem melhor e o sangramento estancou.
O dia amanheceu novamente. Eles saem bem cedo em busca de algum abrigo, mas, o que eles enxergam pela frente é só matas e mais matas. Morgan e Morgana não sabem para onde estão indo agora. Eles tentam seguir a rota do sol, pois, assim sendo eles caminham para o oeste e dentro de pouco tempo, ou eles encontram alguma cabana de caçador ou entram em alguma fazenda qualquer. O perigo agora parecia mais visível, pois, se eles encontrassem alguma cabana de caçador, significa que estariam perto da civilização e com isto a sua liberdade estará ameaçada. Mesmo assim, eles não desistem e continuam no caminho e sempre acompanhando a rota do sol.
Morgan parou para descansar e encosta-se a uma árvore e enquanto isto, Morgana se afasta e sai para procurar alguma coisa para comer, pois, ela diz que já não agüenta mais a fome.
Morgan parece que está delirando, enquanto fica encostado na árvore, e a sombra deu lugar aos raios de sol de 3 da tarde e ardia suas têmporas. “Morgan está sonhando que estava numa praia tomando água de coco e com lindas garotas dançando a seu redor. Ele pensa estar na praia e as ondas jogando água em sua cara” Mas, acorda assustado, quando Morgana está diante dele e derramando água em sua cabeça, pois, parecia que estava febril demais. Morgan não acredita que Morgana lhe acordou daquele lindo pesadelo e ele caiu na besteira de relatar para Morgana o seu sonho. Morgana lhe joga mais água e diz para deixar de ser safado, pois, está nessa embrulhada por causa da incompetência dele e ainda o ameaça: “Pois, se não a tirar dessa situação, irá lhe matar com certeza”. Morgan agora está em maus lençóis.
Eles levantam daquele local e continuam a andar sem parada agora. Morgan quer chegar há um local seguro onde possam passar a noite e se der muita sorte, sonha com uma comidinha caseira feita no fogão caipira. “Vá sonhando Morgan” diz Morgana, aqui nesse fim de mundo onde Judas talvez nem tenha passado por ser tão longe”. Mas, Morgan nunca desiste e aposta que logo! Mas, logo encontrará um lugar tranqüilo para dormir. Finalmente após cortar muito mato, quando ele derruba a última trincheira, enxerga lá no fundo uma cazinha, parecia ser de sapé. Eles se aproximam mais e chamam por alguém, mas, ninguém apareceu, então Morgan e Morgana abrem a porta feita de pau-a-pique e espanta os bichos que estavam lá. Havia um quati em cima da mesa, um macaco por sobre o armário feito também de paus roliços. Havia também por debaixo da mesa um tatu comendo restos de comida, que alguém teria feito recentemente. Morgan ainda coloca a mão nas cinzas do fogareiro e percebe que ainda está quente. Ele vasculha tudo e vê que o caçador que esteve por ali , deixou roupas por sobre o catre feito de paus da floresta, acolchoado com capim. Morgan não espera por nada e como o dia estava quase acabando ele acende o fogo aproveitando as brasas que eram poucas, mas, com um jeitinho ele faz a maior fumaceira na cabana. Morgana teve que sair para que pudesse respirar. Morgan não se incomoda com a fumaça, pois, está acostumado com isso. Morgan encontra comida sem preparar, deixada por alguém e assim utiliza as vasilhas que estão ali e prepara uma comida leve.
Ambos comem à vontade e depois repousam naquela velha cama de capim. Adormecem feito pedras e quando o sol já raiva, Morgan desperta do seu sono, mas, ainda sente-se com o corpo bastante dolorido. Eles resolvem que ainda ficarão por ali mais um tempo, pois, além de ser confortável, ainda tem comida. Morgan observa que tem comida para uns 15 dias, mas, não pretende ficar todo esse tempo. Morgana já não agüenta mais a falta de um chuveiro, mas, por ali somente o riacho mesmo. Ela avisa Morgan logo cedo que irá até a cachoeira, Morgan apenas recomenda que tenha muito cuidado. Ela chega na cachoeira despe-se por inteira e entra debaixo daquela água fria e fica cantarolando por ali despreocupada de tudo. Ela de repente vê os ramos se mexerem. Corre apressadamente apanha sua roupa e com elas debaixo dos braços corre para o rancho e ainda toda nua, pois, com a pressa não deu tempo de se cobrir. Chega até Morgan, que ainda está encostado na cama e relata o que viu. Morgan fica preocupado, pois, com certeza havia alguém por perto, ou seria apenas um animal da floresta. Para tirar a dúvida, Morgan se dispôs a ir até o local. Morgana lhe explicou o local exato onde viu os ramos se mexerem. Morgan foi até o local e observou que as pegadas existentes por lá, não eram de animais e sim um pé muito grande, ou seja ele viu vários rastros de ser humano, no mínimo seriam três ou quatro. Ele vistoria toda a redondeza, num raio de 100 metros e não vê nenhuma casa. Somente vê muitas pegadas de humanos, mas, como elas estão por toda parte, não sabe ao certo de onde partem e nem para onde vão. Agora as suas preocupações aumentaram, pois, ele viu que as pegadas eram bem frescas e estavam os observando na cabana. Morgan vistoria em volta da cabana e também comprova os rastros das pessoas, que provavelmente estiveram durante a noite, mas, como eles estavam tão sonolentos não perceberam nada.
Morgan ainda pretende ficar, mas só que agora, ele terá que ser mais cauteloso. Ele explica para Morgana que terão que fazer sentinela durante a noite, pois, com esses estranhos rondando pela cabana, poderá ser muito perigoso. Morgana, quando chega a sua vez do rodízio da sentinela, meia hora depois já estava roncando. Ela com certeza não levou muito a sério Morgan. Só que, quando foi a vez de Morgan, ele ficou a noite inteira acordado e com as luzes apagadas. Morgan ouviu passos na madrugada, mas, teve receio de sair para verificar, pois, estava muito escuro, porém, quando a manhã chegou, pode constatar que algo realmente esteve na cabana. Morgan antes de dormir, ele com uns galhos verdes apagou qualquer rastro que existia em volta da cabana, só para que pudesse constatar se alguém chegou mais perto. Ele ficou chocado com a constatação. Pois, haviam para mais de vinte rastros ali. Curiosamente ele não chegou a confrontar com ninguém, sorte dele, pois, a única arma que possuía era um velho facão e o seu canivete. Coisas que o salvaram em intervenções passadas.
Quando amanhece o dia, eles resolvem largar de vez a cabana, uma vez que ali estaria se tornando um lugar muito sinistro e ao mesmo tempo perigosíssimo. Morgan já estava muito bem encrencado obrigado!!! Eles seguem na mata novamente e desta vez não estão levando nada além das próprias roupas velhas e rasgadas. Morgana está quase nua, pois a única roupa que tinha, arrancou um pedaço para servir de bandagem para estancar o sangue que jorrava do peito de Morgan . Mas, para eles, ainda estavam no lucro, apesar de estarem bastante feridos e cansados, pois, não entraram em combate com ninguém ainda. Morgan teme que a polícia esteja no seu encalço, afinal ele está sendo procurado por crimes na sua administração, utilizando-se de verbas municipais e o que é mais grave, verbas federais.Ele reconhece que praticou muitos atos de improbidade administrativa, porém, jura de pés juntos, que não tem nada em seu nome e nem dinheiro em banco etc...” ”Morgan é um tremendo mentiroso e o seu próprio secretariado e funcionários da prefeitura estão indignados com as atitudes de Morgan, abandonou todos não deu nem satisfações a ninguém e seu eleitorado. Atitude muito perversa e anti-política.
Contudo, Morgan pensa que tem um álibi, pois, seu secretariado estava desviando verbas e Morgan nega participação nos desvios. Ele tem as notas fiscais de compras de tudo o que fez durante a sua gestão. Agora, ele não sabe se alguém teve acesso ao cofre que está em sua casa, num lugar secreto. Morgan acha que a polícia está vigiando a sua casa, na esperança de que ele volte para procurar ou levar algo mais. Mas, Morgan não seria tão infantil, apesar de ter lapsos de memória muito infantis.
Evidentemente que ele não faria uma estupidez dessa magnitude. Comparecer à cidade seria assinar a sua própria sentença de morte. Ele prefere ficar lutando contra os bichos que estão lhe atormentando, do que enfrentar os problemas criados por ele mesmo. Na realidade, Morgan prefere ficar no meio do mato, mesmo com todas as adversidades existentes.
Ele esquece da idéia de ir até à cidade, conversa com Morgana, mas, ela não compreende a idéia dele e dá um basta na situação. Eles brigam pra valer ali mesmo no meio do mato. Morgana disse que irá procurar ajuda e quando chega numa estrada de terra, ela segue sozinha e abandona Morgan.
Ele não tem outra saída e continua no meio da floresta e mesmo sem Morgana, segue o caminho na mesma rota do sol. Preocupado com Morgana, mas, se foi decisão dela ele respeitou. Compreende que as coisas estavam realmente se tornando insuportáveis, pois, o rumo tomado já constituía o caos. Ela se envolveu querendo ajudá-lo, mas, pelo jeito só sofreu as conseqüências de todo esse desequilíbrio.
Rompendo novamente o matagal, Morgan se vê agora solitário e mesmo com todas as dificuldades que estava passando com Morgana integrando o grupo, mesmo assim para ele estava bom. Após andar muito pela floresta e novamente estando escuro o dia ele resolve fazer uma parada para descansar, mas, não consegue, pois, a fome estava gritando dentro dele. Quase não consegue dormir durante a noite.
No dia seguinte, já nos primeiros raios de sol, Morgan está confuso, não sabe se prossegue na sua fuga ou se retorna para a cidade e enfrenta todos os problemas. De uma coisa ele tem certeza, voltar para a cadeia, jamais.!!!
Mesmo assim, sai da floresta e agora irá andar na estrada. Ele não tem a mínima noção de onde se encontra, pois, após ter andado bastante, talvez tenha ultrapassado fronteiras. Não demora muito e ele vê uma placa dizendo ser divisas internacionais.
Agora está do jeito que ele queria. Estando fora da jurisdição onde ele é procurado as coisas poderiam se tornar mais fáceis, e neste caso poderia até entrar em contato com o sistema judiciário, por intermédio de outra pessoa. Morgan estaria interessado em contratar um Advogado, para que pudesse acompanhar os processos fazendo sua defesa.
Após isto, passados alguns anos, e com todos os processos contra ele, Morgan através de seu Advogado, recebe a notícia de que todos os processos foram arquivados, após a sua absolvição, pois, não conseguiram encontrar nenhuma irregularidade comprovada que tenha sido avaliada por Morgan. No caso dos Secretários, todos foram condenados e alguns estão em liberdade provisória. Porém Morgan já poderá ter acesso livre onde morava.
Anos mais tarde Morgan recebe a notícia de que Morgana tinha sido morta em um acidente automobilístico, mas, não sabem informar se ela conduzia o mesmo.
Morgan, mesmo muito abalado e triste com isto, resolve voltar. Ele está de volta à sua casa, então ele tem acesso ao seu esconderijo e vê que ninguém conseguiu violá-lo, ele então abre o cofre e encontra dinheiro e jóias, que foram frutos das suas “economias”.
Assim, esta é mais uma aventura de Morgan, porém, até agora o final está muito feliz...!!!
Morgan e as criaturas é a aventura seguinte...
Abraços
Jonh..!!!
05-03-2008