ÉPOCA EXCEPCIONAL LITERALMENTE

Ano de 1967 eu tinha 19 anos estudava no Mackenzie e tinha um namorado que como diriamos hoje era um ficante aparecia e desaparecia, com isso eu não estudava nem queria saber de nada, a familia já estava doida comigo.Até que um dia apareceu uma amiga filha de suiços que chegava da europa trazendo novidades da vida dela lá, fiquei tão deslumbrada pois ela trabalhava em uma escola como monitora e estudante para crianças excepcionais morava na holanda, ai papo vai papo vem ela me disse se eu não gostaria de ir morar lá e fazer o mesmo que ela, poderia estudar e pagaria meu estudo com o trabalho na escola como monitora e na limpeza cozinha etc. E que eu poderia escrever uma carta para a principal da escola falando da minha vontade em ir. Nossa dormi aquela noite pensando eu na europa ninguém fazia isso naquela época e a vontade foi aumentando, a amiga foi embora e me deu o endereço para enviar a tal carta que teria de ser em inglês. Um dia levantei sem nenhuma duvida, ia deixar de lado a escola o namorado chato e ia me mandar, corri falar com minha Mãe, posso adiantar que ela disse: Nem louca não vai, imagina com que dinheiro e por ai vai, não me dei por vencida eu vou eu quero e vou conseguir, tinha uma tia catedratica da usp que falava e escrevia bem inglês fui pedir, ela como já tinha viajado bastante achou que seria bom para mim, ai escreveu a tal carta e me ajudou a convencer minha Mãe, oba fiquei eufórica, mandei a carta mas tinha de esperar a resposta. Chegou setembro tipo quando o carteiro chegou e meu nome gritou com uma carta na mão...o coração saia pela boca era a carta da principal vinda da inglaterra, o que para mim na época era só musica dos beatles ahhh abri ELA ACEITOU que legal chorei pulei gritei tanta era a emoção eu na europa mas onde mesmo que eu iria? li de novo HOLANDA...Meu Deus... não entedia picas de holandes poxa que vou fazer, fiz um curso rapido no Fisk aquele tipo pra viagem, chega 1968... minha irmã que era casada com alemão vem para o Brasil passear, ai foi a nota ela falou com minha Mãe e disse que achava que seria ótimo para minha vida e que poderiamos ir de navio cargueiro que era mais barato e podia ser pago a perder de vista. E assim dia 16 de maio de 1968 com a cara e a coragem uns dolares no bolso fui para Holanda junto com minha irmã uma tripulação norueguesa 6 passageiros, eu, minha irmã, duas senhoras uma de 74 e outra de 76 anos e um casal ela baiana e ele holandes. O navio Black Swan que dediquei uma poesia aqui no recanto, levei 16 dias de viagem logico namorei um marinheiro noruegues de nome Thor todo o tempo, loiro olhos azuis um tesão de homem, minha paixão pelo chato já ficava no Brasil. E lá fui eu parei no Espirito Santo, Salvador, ilhas Canarias e cheguei em Rotterdam. Cheguei na Europa dia 1 de junho de 1968. Fui para a Escola Antroposófica do Rudolf Steiner na cidade de Zeist Holanda. Ser monitora e começar meu curso de Pedagogia Curativa para Excepcionais, sem falar uma palavra em holandes. Passaram três meses eu eu só consegui falar 3 frases, é muito gutural não saia, o povo simpatico,os mais moços não sei se pelo haxixe mas eram alegres, já existia na época a praça onde todo mundo fumava e tomava LSD. E eu apavorada. DETALHE condição sine qua non imposta por minha Mãe "Você vai virgem e volta virgem porque você é brasileira e senão for assim você no Brasil não casa, portanto é isso senão não vai", ufa e lá era uma festa ninguém nem dava bola pra virgindade, e eu sempre a dizer não posso sou virgem. Foi Punk como dizem agora, mas aguentei firme. Mas o Holandes não saia ai falei com a diretora que não conseguia, ela então me disse vou transferir você para Inglaterra...Nossa pulei de alegria, assim começo de setembro lá fui eu de barco para Inglaterra (Ah sera que vou ver meus beatles). Assim cheguei lá e fui morar numa vila perto de Bristol, na Escola Principal. Me dei bem logo logo já falava inglês. Havia 5 casas 196 crianças excepcionais para 30 monitores mais os 20 professores.Gente de todas as partes da europa e escandinavia eu a unica brasileira. Trabalho duro das 7 da manhã as 9 da noite direto com apenas um dia livre por semana. MAS ESTAVA NA INGLATERRA FINALMENTE... LET IT BE...