Amor em cólera

-Vamos olhar com otimismo, a janela ainda tem pingos de chuva, mas o céu nublado ainda brilha com esperanças...

-Só você pode ver isso diante desse temporal!

-Mas eu estou num dia tão brilhante!

-Sim, você! Dá ai o meu remédio preciso ter calma, acho mesmo que vamos nos atolar, não vê quanta lama na estrada?

-Meu doce amor, isso ainda não representa problemas, estamos dentro de um bom carro!

-Eu não devia ter te escutado, teríamos evitado riscos desnecessários!

-Mas só porque eu quero ir ao cinema, em pleno carnaval alagado, você é do contra?

-Não vê que além da viagem, ainda corremos o risco de perder a sessão e chegar com o filme começado?

-Mas poderemos pegar o início após, na outra sessão, não é?

-Não, não é mais assim, as cadeiras são numeradas, acho até que mudam de filme após uma exibição, esses filhos da...

-Tá mal humorado, mesmo!

-Bem, qual é o filme?

-Amor em tempos de cólera!

-Há, não! Essa não! Será que nunca vou poder ficar em casa tranqüilo olhando as montanhas, sem você me lembrar da nossa própria história de vida?

-Além de velho, nervoso e ...

-Eu não vou querer ver esse filme!

-Ah! Amor! Isso não é mesmo lindo?

-Lá vem temporal forte!

-Olha o granizo caindo! Melhor parar!

-Que sina! Perseguir você por toda a vida e aqui te olhando, parado, atolado!

-Risos, risos, Você é mesmo meu amorzinho!

Diana Balis
Enviado por Diana Balis em 07/02/2008
Reeditado em 07/02/2008
Código do texto: T849784
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