UMA SURRA DE CORDA

  Naquele domingo, papai nos deixou na fazenda sob os cuidados de minha irmã Ivani. Foram muitas as recomendações.

Tínhamos que obedecè-la em tudo. Tanto nas lutas, nas tarefas, como nos momentos de brincadeira.

Minha irmã, cheia de autoridade, dava as ordens. Estava lá na fazenda, naqueles dias meu sobrinho Antonimar, que era bem alegre, ou porque não dizer, travesso e danado.

Tangemos as ovelhas para o curral e chegamos em casa cedo. Por volta das dez horas. Resolvemos então, improvisar redes de cordas, para nos balançarmos no alpendre. Quando minha irmã viu, nós dávamos balanços iguais a aqueles vôos de artistas de circos.

-Ei, pára, pára. Pode desarmarem estas cordas. Vocês podem cair e quebrar um braço!
Nós fizemos que não escutávamos.
Ela se aproximou e acabou com nossa brincadeira.
- Rapariga. Falei com a cara vermelha de raiva.  Corremos para a cozinha e encontramos uma panela cheia de gerimun cozinhado. Pegamos alguns pedaços e saimos comendo e jogando nas paredes...
- Quando papai chegar vou dizer, viu bichinho!

Foi só no que deu. Quando papai parou o cavalo na calçada, foi logo perguntando: - Alguma novidade?
-Arnaud me chemou de rapariga.

Não quero lembrar os detalhes, mas levei uma boa surra de corda...