HORROR DA MEDICINA - DIAS SÃO NÚMEROS

A música 'Days Are Numbers (The Traveller)' do The Alan Parsons Project é uma meditação poética sobre a natureza efêmera da vida e a jornada constante de autodescoberta.

Se o novo é superior ao velho, se a experiência não acrescenta nada, por quê essa música é tão atual? Hoje experimentamos aqui o Horror da Medicina, para velhos combatentes é o pé na estrada, não podemos ficar, não podemos terminar nossa jornada compartilhada com nossos amigos, os quais vivemos e quase morremos na pandemia, porque tudo é esquecido, principalmente por aqueles que não tem memória, porque para ter memória é preciso ter uma história, um valor, uma vida.

É hora da chegada impiedosa da nova medicina moderna, formados em diversas faculdades particulares, nacionais ou internacionais, são como cocaína ou rádios de pilha, transitam no Mercosul como bala soft. Os novos médicos, Malware do arcaico modelo que somos, destruídos por um código que vem escrito: somos baratos, somos muitos e vamos destruir todos vocês, vida americana de seriados médicos, fim da nossa temporada, quem decide isso? Não interessa, termina do mesmo jeito, o Malware se alimenta, cresce e aprende.

O contorno arrojado dos concursos públicos, pra quê? Geração Z dos médicos, a biografia garante o quê? O paciente sabe a diferença? Não sabe, nunca vai saber, o Malware se encarrega disso, ele se veste como médico, tem os documentos dos médicos, falta alguma coisa, talvez o conhecimento, porém ao longo do período de destruição ele aprende.

O Malware não sabe que vai destruir a si mesmo.

O que fazer então?

Vamos andando, pé na estrada, cada uma a sua maneira, em algum lugar seremos acolhidos, nosso empenho, na esfera pessoal, vivemos parte dos bons tempos da medicina, agora nossa mochila está nas costas.

Quem vai perder? Nem sei, não vem bem ao caso, pensamos em valores reais como no futebol (uma puta ficção do bem que concentra dinheiro suficiente para acabar com a fome no mundo), ou como na religiosidade moderna, tão politizada ( um bando de gente gritando por um Deus e fora de lá trabalhando firme para satanás chamado dinheiro), como a vida se limitasse a direita e esquerda, nunca é assim, o filósofo Arthur Schopenhauer  diria: O dinheiro é uma felicidade humana abstrata; por isso aquele que já não é capaz de apreciar a verdadeira felicidade humana, dedica-se completamente a ele.

Saudade é uma palavra sem tradução no inglês, saudade dos nossos amigos, pacientes, do rapaz que limpa a sala ao colega que você provoca, ou que briga, que discorda.

Quem perde?

É como em uma amizade, casamento, um belo livro, preciso perder pra saber o valor.

Uma venda escusa de uma empresa que fabricava aviões para uma outra que cobraria mais barato que ocorreu na década de setenta, provocou vinte vezes mais acidentes e mortes, quem liga ?

Somos andarilhos, colocaram o nosso pés na estrada.

Agora, nesse momento um pouco triste e um pouco esclarecedor, para a vida, penso que é hora de dizer que juntos, assistentes sociais, motoristas, médicos, enfermeiros, técnicos: fizemos o nosso trabalho e é hora de partir.

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JJ F SOUZA
Enviado por JJ F SOUZA em 12/04/2025
Reeditado em 12/04/2025
Código do texto: T8307932
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