O sitio do vô Temistocles

O Sítio do Vô Temístocles

Era uma vez, no sítio do vô Temístocles, uma época de grande movimentação e alegria. Durante a temporada de moagem de cana, o sítio se enchia de vida com mais de 60 homens trabalhando no engenho de cana, produzindo melado e rapadura.

O vô Temístocles era conhecido por sua generosidade e hospitalidade. Ele sempre fazia questão de oferecer um almoço farto aos trabalhadores, com pratos caseiros preparados pela vó Maria, que sabia como ninguém cozinhar com amor.

As crianças da família adoravam visitar o sítio nessa época. Elas corriam pelos campos, brincavam de esconde-esconde entre as plantações e observavam encantadas o processo de produção da rapadura. O cheiro doce do melado enchia o ar, e elas mal podiam esperar para provar a primeira leva do doce.

Em uma dessas visitas, Pedrinho, o neto mais curioso, decidiu explorar o velho engenho. Com a permissão do avô, ele passou um dia inteiro acompanhando o trabalho dos homens, aprendendo sobre a colheita da cana, a moagem e a fervura do caldo para fazer o melado.

No final do dia, o vô Temístocles revelou a Pedrinho um segredo da família: um pequeno caderno de receitas antigas, passadas de geração em geração. Nesse caderno, estava a receita especial da rapadura que fazia tanto sucesso na região.

Pedrinho ficou maravilhado com o caderno e prometeu ao avô que um dia, quando crescesse, ele próprio iria continuar a tradição da família, mantendo vivo o legado de produzir o doce melado e a rapadura.

E assim, o sítio do vô Temístocles não era apenas um lugar de trabalho árduo, mas também um lugar de união, aprendizado e amor pela tradição familiar. Cada temporada de moagem de cana trazia consigo novas memórias e histórias, que se entrelaçavam como fios de melado, doces e duradouras.