A CAPISTA
A capista conto
QUANDO NA
rotina do dia a dia um veículo passa com a roda traseira sobre quase todos os dedos dos pés, e a avaria fica na dor, e nada se quebra, ou aparentemente racha, quando se é, quando não era para ser, porque o normal seria ter passado a primeira impressão, ou como dizem os poetas: "o primeiro amor", e tudo pareceria ilusão, quando mesmo saindo para um dia mal pago, todos os dias, numa terra distante, que faz mais parecer que se está naquele filme "Terra Estrangeira" (por acaso todo ele preto e branco), quando se sente mais um estranho no ninho, mas mesmo assim, por força da memória falha chamar uma turma inteira de abençoado, abençoada e depois ser chamado de volta de abençoado, e realmente acreditar, que diante de um cenário desfavorável a "inspiração", e ainda assim, criar de forma nem um pouco normal, essa a menor das anormalidades. Então pode ficar sossegado. Quebrar a rotina é melhor do que se deixar levar por ela. As capas num leitor desses de livros eletrônicos das primeiras gerações não parece fazer muita diferença, mas quando se tem noção que todas as telas podem ser usadas para leitura, e inclusive acontecer de o livro vir a ser impresso, tudo muda. A capa tem a importância que todas elas têm: são aquilo que serve para "fisgar" o leitor, embora sem o restante não funcione. Perdi as contas de quantas capas foram admiradas para um conteúdo sofrível das mais diversas revistas em quadrinhos, nem preciso mencionar os livros, porque nas revistas a coisa é num outro nível, as dos anos oitenta até o início dos dois mil, eram um trabalho fora a parte. Tanto que alguns artistas ficavam só com elas. Os livros não sei como são escolhidas as pessoas que cuidam disso. O pouco que vi sobre o assunto, fala que o autor deveria ter alguém para cuidar dessa área, da revisão, da edição, etc, tudo o que um iniciante não tem condições de arcar. Como aqui é um momento "memórias". A preocupação era mais com o conteúdo, porque a pessoa, no caso eu, já acha que fez o melhor fazendo o conteúdo, e todos vão concordar... Só que não, e para ser independente tem de cuidar de TUDO, mesmo que lá na empolgação do início não se ache isso tão necessário, rápido se vê que é. E ponto mais uma vez para a plataforma, que disponibiliza uma grande quantidade delas, deve até ensinar a fazer melhor uso, só que daí falta tempo e paciência, para mais essa leitura dentro de tantas que já se faz. Pode não sair o melhor em termos de capa, mas sai. Idem para todos os demais itens dos livros que vão sendo cuidados da melhor forma possível, e ainda assim numa décima releitura se acha algum erro, espaços às vezes. É o preço a pagar (barato) por poder fazer tudo sozinho. É quase certo que essa área, e a revisão, vão estar entre as pioridades num futuro, até mesmo porque vai melhorar a qualidade do produto final. Essa história é uma amostra da importância que se está dando a esta parte dos livros, com mais atenção a cada dia e também a revisão dos textos.
PALAVRAS USADAS
Quando se pode falar
Sair do lugar
Sem estar
Ir até depois do horizonte
Ir até mesmo depois do monte
Quando se sai do lugar
Depois de não mais esperar
Poder a rotina quebrar
Por meio de uma coisa
Que nem estava dentro
Da própria cabeça
Nem passando pelos próprios pensamentos
Quando se pode sair por aí
Ir daqui pra lá
Sem receio
Sem medo
Sem hora para voltar
Quando se acorda
E tudo ainda está lá
E outros mais são realizados
Nos piores lugares
Desses que nem era para a imaginação querer ajudar
Quando mesmo cansado
Só se quer continuar
A contar
A escrever
A publicar
Sem nem querer saber se vai ter
Outro pra ler
E quando menos se espera
Aparecem aqueles
Que mesmo não falando
Seguem indiretamente inspirando
Que o escritor continue
Criando
Escrevendo
E publicando
Renato Lannes Chagas
1 ERA AINDA
uma criança pequena quando lhe deram a primeira revista em quadrinhos, a primeira providência foi arrancar a capa, e levar uma baita bronca, já que a revista havia sido comprada na banca de jornal mal havia passado meia hora. Aquilo tinha sido há mais de quarenta anos e não esquecia de nenhum dos detalhes daquela ilustração, depois voltou a repetir o mesmo processo, só tendo o cuidado de deixar passar algumas horas ou dias, ainda bem que lia as revistas antes de tirar a capa fora. Depois ninguém queria saber mais da revista. Iam na maior parte das vezes para o lixo. As capas foram sendo colocadas naquelas pastas finas de papel, depois passaram as larga de plástico e por fim migraram para as caixas box.
TEXTO ACIDENTAL E NÃO INCIDENTAL
ONTEM NÃO UM, mas logo os dez dedos dos pés, foram "massageados" pela roda traseira de um veículo automotor, com sei lá quantos quilos. Graças a Deus foi só um susto. O que se leva a pensar em porquê se faz o que se faz, como se faz, a quantidade que se faz e tudo o mais. A imaginação, amor, indisciplina, quebra de toda e qualquer regra que possa ser quebrada (menos as minhas internas não reveladas), mas o fator chave continua não estando nas minhas mãos. A autonomia e a falta de meios técnicos de deixar as coisas como deveriam, o que, segundo aqueles que os possuem, deveria desencorajar aquele que não os possuem, a fazê-lo. E aí se cairia na anedota de esperar ou contar com o que não se tem, e ao invés de colocar tudo pra fora, ficar guardado, para lá numa galáxia distante, quem sabe, poder fazer as coisas como deveriam. Como o tempo é o fator primeiro, tudo o mais passa a ser descartado, entre o fazer e o não fazer, a começar pelas capas, claro que saber manusear e ter como trabalhar imagens, e deixar tudo lindo, seria o ideal, ainda bem que a plataforma, até nisso socorre aqueles ignorantes, que mal conseguem sair das trevas de pular do papel, caneta e migrar para o digital, e transferir os pensamentos para o mundo virtual, e fazer nascer as coisas. É lindo, quando se sabe fazer tudo, com os pés nas costas, difícil mesmo é ver e ter de ouvir, como se todos conseguissem fazê-lo, ou o óbvio: contratar quem o faça, fosse uma opção viável, para os que nem teriam como publicar nada, quiçá, contratar: capista, tradutor etc. Até a tradução é desses mistérios, que a ignorância total, torna um problema sério. É não sem dor, que se vê o texto ficando todo desconfigurado, mas entre subir com um desconfigurado e deixar de subi-lo, fica a segunda opção. Só jogo pelas regras, porque não teria tempo para escrever e só publicar depois de ajustar. Cada um ajusta as suas estratégias e eu sigo as minhas. O aviso de ontem, que não foi aviso, livramento é o nome mesmo disso, mostra que a autonomia é tão tênue, quanto o tempo que se tem. Se os detalhes são importantes, o todo continua sendo mais, aquilo que se permite continuar andando com o tempo, e não vendo o tempo passar, e sendo essencial para deixar de lamentar pelo tempo que se perdeu. Essas condições, como as de agora dessa manhã de sol, mesmo com o sono destroçado, estar na mesa, café da manhã tomado, som com música tocando, mesa, livros a disposição e escolher entre traduzir e republicar, pegar livros para ver, ler ou estudar, são dias raros, assim como um dedo rachado, que tivesse acontecido ontem, seria uma parada brusca em todo esse processo, garantido pela minha própria autonomia. É melhor seguir realizando e deixando para quando algo estiver nesse mundo tão surreal, quanto é a inteligência (burra) artificial, se for chata igual o filme, será uma catástrofe, fazer com que os leitores apareçam ou desapareçam, como foi o caso dessas últimas obras publicadas. Só de ser no plural, já me deixa num estado de ânimo animal. A diferença entre ver uma estante hoje em dia cheia de livros, está em imaginar que ali poderiam todos ser os meus, pode ser que amanhã aconteça exatamente isso. E ainda que não aconteça, como sou grato por poder estar fazendo tudo isso da forma que me é possível. Nesse ponto e em todos os demais, é bom sempre enfatizar isso, essa plataforma nos iguala a todos bem democraticamente, permitindo que aquele que não sabe nada de tecnologia, não tenha o melhor dos meios, faça tanto quanto aquele que tem. Se isso não é democrático, não sei mais o que seria. O melhor a fazer é fazer, e continuar fazendo. Foi ontem, é hoje, e será amanhã. Deus permita que se veja mais e mais leitores chegando. E vamos que vamos, traduzindo mais um para os amados Italianos, que tanto têm me prestigiado.
CONTINUANDO A HISTÓRIA
2 A MEDIDA QUE
os anos iam passando, as caixas iam acumulando, assim que entrou na fase final da infância, parou de colecionar só as capas, quase ficou a ponto de descartá-las todas, porque já ocupavam mais espaço que aquele permitido no armário para guardar "suas tranqueiras", os adultos tinham maneiras estranhas de avaliar os gostos dos outros, principalmente, das suas próprias crianças, como se nunca tivessem tido infância. Isso era esquisito. Já havia visto sobre esse fato num certo livro, mas foi desses que nessa época, só passava pelas páginas, e mal as lia, as figuras é que chamavam a atenção. Nesses tempos só as revistas contavam. Logo que começou a tentar os primeiros traços, sentiu ter uma facilidade para reproduzir os desenhos das capas; de todas aquelas capas e revistas que havia guardado. Seria melhor se tivesse feito um curso, mas acabou tendo de escolher entre o curso ou comprar lápis e papéis mais adequados, além de uma dessas mesas próprias, que seu tio havia arrumado com bom preço de segunda mão, e veio com a cardeira, e uma luminária inclusos. Os primeiros trabalhos foram convites para festas e casamentos da própria família, como os trabalhos chamavam a atenção pelos desenhos e pela criatividade, surgiu a oportunidade de trabalho numa pequena editora, e passou a fazer o design das capas dos livros de um escritor, que começava a lançar suas obras. Acabava a capa chamando mais atenção que o conteúdo e uma grande editora se interessou em contratá-la, e ofereceu ainda a oportunidade de lançamento de um livro próprio, com seus trabalhos, que foi tão bem aceito, que permitiu que ela fizesse vários cursos, para mais se especializar e seu talento despertou o interesse da irmã, que começou a mostrar talento na mesma área, ocupando logo o posto daquela na pequena editora. Ele ajudava a carreira de um outro jovem escritor que começava. Os trabalhos permitiram que as carreiras dos dois jovens se consolidassem. A parceria começou bem, os primeiros trabalhos eles estavam em sintoma, até o dia em que ele começou a querer que alguns trabalhos fizessem referência a duas de suas paixões: fotografias e revistas em quadrinhos (sem cores), aquilo para a capista, com uma paleta tão variada de cores, parecia mais uma ideia completamente maluca, não aceitava. Ficaram naquele impasse, havia trabalhos concluídos precisando ser publicados. Ele já não iria se atrever a fazer a capa sozinho. As vendas estavam acontecendo e os dois começavam a ver a cor do dinheiro, pela primeira vez, para não começarem uma dessas brigas, que não resultaria em nada bom, nem prático. A irmã mais nova da capista, que não desenhava, começava a pensar nos trabalhos da irmã para os seus futuros próprios escritos, sugeriu que fossem tomar um corpão daqueles de açaí, para esfriarem os ânimos e porque aqueles egos a estavam cansando já. E todas as vezes que se sentia daquele jeito, resolvia com açaí. Em alguns dias chegaram a um meio termo: três de dez dali em diante poderiam ser executadas em tons de preto, branco e cinza, com a condição de que ele não viesse a querer mudar o trabalho já finalizado e aceitasse que a irmã fizesse a mediação entre eles. A proposta foi aceita, participaram com trabalhos em conjunto, e em separado, cada um concorrendo na sua área, de vários concursos literários no Brasil e no exterior. Ela foi premiada lá mais vezes que ele, que por seu turno foi mais premiado em solo nacional. Após dez anos de parceria, ele escreveu sobre as carreiras dos dois com a supervisão dela e da irmã, mencionando os pontos que precisavam ser ajustados nos textos, que diziam respeito a capista. A capa ficou, claro, a cargo dela. O livro saiu em mais de três edições e ainda reafirmou o interesse nos trabalhos dos dois. Hoje ainda trabalham juntos, mas cada um estabeleceu prioridades, para suas carreiras e suas vidas. E buscaram outras coisas tanto pessoal, como profissionalmente. Ele priorizou a família, ela fazer carreira no exterior cuidando dos trabalhos de outros escritores, recebendo várias premiações e trazendo algumas mudanças ao seu estilo. A irmã passou a ser a sua empresária, e cuidava da parte do marketing, e divulgação dos trabalhos dos dois. Passados muitos anos, já não podiam mais com os copões de açaí, todavia, uma vez por ano, comiam o que podiam e faziam a alegria das crianças de suas famílias. Era a desculpa para estarem reunidos, e saber como estavam as coisas, e também manter o contato, e quando possível, fazer mais algum outro trabalho.
EPÍLOGO
COMO NÃO
chegamos com manual de instruções, nem aviso prévio, você não vai saber que um outro cidadão é pai, não de uma, mas de duas jovens que tem no desenho uma arte dessas promissoras. A capa por ser uma parte importante de toda e qualquer obra, cada vez mais me chama a atenção, pela variedade e profissionalismo, com que são tratadas pelo planeta, algumas muito bem pensadas, com uma criatividade e talento impressionantes, ter um profissional que cuide só desta parte deve ser bem interessante, mesmo essa história ficando entre as mais curtas já elaboradas, fica registrada, pelo quanto essa área cada dia mais é necessária, para manter as obras lançadas num nível alto, capaz de chamar a atenção de possíveis leitores. Ainda mais com uma quantidade tão grande de obras disponíveis. O meu talento para o desenho está abaixo de zero, sem chances de fazer nada que poderia ser perto de ruim. Então muito me interesso por este tipo de trabalho, admiro, como as demais artes visuais. O cuidado das capas ainda não é uma coisa que possa dizer ser confortável, como é escrever os textos, com certeza o que tem disponível para uso na plataforma me atende, a participação no concurso literário me abriu horizontes, não pensados, para o uso dessas mesma imagens, deixando pra mim mesmo, claro, o tamanho do amadorismo, a busca constante pelo aprimoramento necessário, e muito, também nessa área, coisa que ainda arranho, sem ter conhecimento ou condições de elaborar algum bom trabalho partindo do zero, e as dificuldades em saber o que pode ser usado de imagens por aí gratuitamente, como as que tem no banco de imagens da plataforma, mas essa é uma questão mais para adiante. O que é necessário, por enquanto, ainda tem bastante para uso. O que for preciso no futuro, fica quieto por lá. O cuidado, e eventuais discordâncias, quanto as mesmas, sempre estarão na conta dessa pessoa tão maravilhosa, que me alegra todos os dias, a que tem sido minha fonte de muitas coisas boas que não vou ficar aqui divulgando, mas sempre lembrando, que foi a primeira a questionar essa parte, que após tantos trabalhos está entre uma das partes essenciais dele, minha filha, aquela que está, além de atenta a esse tipo de detalhe, sempre me empresta os ouvidos desde que isso tudo começou. Obrigado filha amada!!!! A arte da capa em revistas em quadrinhos sempre foi um trabalho de grande destaque, poucas foram as vezes em que disponibilizavam para quem tivesse interesse, em querer colecionar, só aquela imagem, nem nessas revistas, nada baratas, lembram desse detalhe, que poderia emoldurar as paredes, se um desses felizardos, que fazem essas coleções lindas, com essas revistas que tem um trabalho de acabamento mais para livro, quando pensam, ótimos desenhos de lombada. Como o assunto é capas. As coleções antigas tinham capas com desenhos muito melhores, até mesmo nas revistas da Turma da menina dentuça, nas outras então, nem se fala. Sonhos de consumo de um autor nessas horas mais criança e adolescente, que todas as crianças e adolescentes da escola aonde trabalho juntos.
ANEXO
Ao Ilustre Leitor,
esta é uma tentativa daquilo que há muito tempo não se faz, mandar uma carta. O texto de uma carta. Vi num vídeo que um dos problemas aparentes dessa empresa era não fornecer informações ao que produz sobre aqueles que compram, penso que pode ser esse um problema com quem vende outros tipos de produtos, a mim esse não saber quem foi o comprador de um dos meus livros é mais uma parte daquilo que vem acontecendo na realização disso tudo, está também na conta da fé. Esse sonho que se realiza dia a dia é real em termos de realização e satisfação pessoal. Isso é sem igual, mas ao não me indicarem aqueles que me honram nesse primeiro momento com a avaliação da obra lida, a mesma fica sem nenhum destaque na imensa estante dessa gigantesca biblioteca eletrônica e a consequência é que fica mais difícil aparecer aquele leitor que comprará de fato, porque o prazo para disponibilizar gratuitamente é a empresa que estabelece não eu. Então todas as minhas obras que passarem do número mínimo que estabeleci em meu íntimo e ainda não tiverem avaliação alguma, receberão esse pedido para que você que leu, que pode, me ajude a fazer dessa profissão o meu ganha pão. Desde já meu muito obrigado a todos vocês que me fizeram mais feliz dentro dessa felicidade enorme que trago comigo, até aqui dia vinte e dois de julho de dois mil e vinte e três, nós brasileiros baixamos trezentos e doze dos meus dezesseis livros. O que dá uma média de dezenove livros e meio por pessoa. Preciso muito da sua avaliação!!! É a forma de você me dizer o que achou da leitura, confirmar o tipo de leitura que mais lhe agrada e formarmos juntos mais possibilidades para futuras obras.
A todos os que leram alguma das minhas obras meu muito obrigado por incentivar o meu trabalho.
Espero e conto com a sua opinião e com a leitura dos próximos livros que em breve serão disponibilizados.
Itaboraí, 23 de julho de 2023.
Renato Lannes Chagas, autor & escritor & sonhador & realizador
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Leia e avalie!!!
OBRIGADO
Feliz 2025!!!