NOITE

Noite, Conto

PRÓLOGO:

Essa é uma dessas histórias que surgiu logo assim que as coisas estavam no calor do início. Lembranças da minha infância, época em que meu saudoso Tio André ainda era vivo e eu era um menino ainda pequeno. O medo da noite naquela dia mais a chuva foi grande, mas a presença dele com certeza mandou o medo rápido embora. Dessa viagem também ficou bem gravado o bicho de pé, que só agora há pouco tempo vi em vídeos o tamanho do estrago que podem fazer no pé de uma pessoa, bichos que são tão pequenos e como doeram para serem tirados dos lados dos dedos dos pés de quase todos nós, até aonde me lembro os meninos, a marca registrada das andanças descalços, por Cantagalo, no interior aqui do Estado do Rio de Janeiro, só não faço ideia do lugar que pegávamos esses parasitas, se dentro do rio, na beira, não sei, nem vou procurar saber, que me lembre foi a única vez que passamos por isso.

Era noite, disso se lembrava bem mesmo passados tantos anos. A única coisa mais vivamente na sua mente do que a noite, eram justamente os relâmpagos, porque os clarões que produziam eram únicos momentos em que o pânico se afastava. O resto era puro breu. Depois daquele dia nem dormir; dormiu mais normalmente, e questionava seriamente quem inventou, que o melhor horário para dormir, era justamente a noite. Passou a odiar a noite, se fosse de dia, sempre pensava sem conseguir terminar o raciocínio. Como, sendo magrelo daquele jeito iria conseguir fazer alguma coisa naquela escuridão? Ninguém acreditou na história que ele contou, fizeram buscas e mais buscas e não o localizaram. Fizeram um sepultamento simbólico, e todos veladamente o acusavam, ainda que logo em seguida falassem como num sussuro: O quê iria fazer um menino magrelo? Até aquele dia em que foi dormir. Só dormia durante o dia. Passara a vida inteira, depois daquele dia, sem conseguir pregar os olhos a noite. Cresceu, arrumou todo tipo de trabalho que foi possível, desde que fosse para trabalhar do anoitecer ao amanhecer. Pouco falava, os colegas gostavam sempre, porque conseguiam cochilar, alguns até dormiam todo o turno, afinal todas as noites ele fazia qualquer coisa para se manter acordado, parecia que dormir era uma coisa que dava mais medo que a morte, relataram alguns posteriormente. Mas ele nunca dissera uma única palavra.

1 E foi essa a história que oficialmente era contada em todos os lugares e em todos os noticiários por aonde o caso foi veiculado. Todos os anos, a família ia para Cantagalo, e todos os anos traziam, além da bagagem, os terríveis bichos de pé, raras eram as vezes em que viam alguma cobra d'água, além dos sapos e pererecas a que já estavam pra lá de habituados, havia gerações. O tio era o mais alto e o mais forte da família e naquele dia um raio destruira a estação de energia elétrica do local, que já tinha uma iluminação pública precária, era o típico lugar tranquilo em que se dormia e se acordava com as galinhas, como diziam todos os moradores daquelas áreas...

Renato Lannes Chagas

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OBRIGADO

Feliz 2025!!!

Renato Lannes Chagas
Enviado por Renato Lannes Chagas em 02/01/2025
Código do texto: T8232151
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