O EXPLORADOR DE CAVERNAS

O Explorador de Cavernas, terceira edição

#RENATOESCRITORLIVROS

Prólogo:

#RENATOESCRITORLIVROS

DIZEM QUE alguns de nós já viemos com a capacidade de ver, quando ainda nada podíamos ver, e outros que passam a vida inteira vendo sem conseguir enxergar tudo o que há para se ver, passam toda uma vida sem contemplar a lua, o sol, um eclipse que seja. No meu caso morava em São Paulo só eu e a senhora minha mãe; mãe solteira, trabalhava na feira, dava um duro danado para garantir nosso ordenado. As coisas eram difíceis todos os dias. Então, imaginem como foi para a coitada, quando acordei de madrugada e fui acordá-la para anunciar como se fosse a coisa mais normal do mundo:

-Mamãe já sei o que vou ser quando crescer!

E ela ainda perguntou:

-É mesmo meu filho o quê?

Respondi cheio de orgulho:

-Eu vou ser o Batman.

Nesse dia quase enfartei a coitada, mas nada mais me tirava da cabeça que eu realmente seria o Batman.

1 BATI NA TRAVE. Já nessa mesma época minha mãe sempre dessas pessoas práticas e céticas me levou logo no psicólogo e também no psiquiatra, segundo suas palavras: “pra resolver logo a parada.” Coitada. Do primeiro levou uma bronca, do segundo quase foi agredida. Ele indignado, logo de cara perguntou, se ela nunca tinha ouvido falar de imaginação? Depois da fervura baixar, chamou ela num canto, longe do meu alcance auditivo, mas não do visual, fui vendo a fisionomia da minha mãe ali mudando, para quase uma careta grotesca, quando ela precisava abandonar essa praticidade e ceticismo de que ela tanto se orgulhava. O detalhe que quase passa batido: eu tinha então só míseros quatro anos. Até eu pisar pela primeira vez numa caverna, só Deus e eu, sabemos o que aturei. Nem gosto de lembrar, só que mãe é mãe, e sem ela, além de não nascer, esse relato ficaria muito pobre pode crer. Toda a parte inicial cabe a ela, só ela tinha as informações necessárias, para eu poder passar tudo o que não me lembro da minha vida, desde antes daquele dia. Naquela mesma consulta, segundo me contou minha mãe, o médico disse para ela se lembrar ou tentar se lembrar de alguma ocorrência que seria esquisita ou estranha na gestação. Ela custou uns bons trinta minutos, para lembrar que toda vez que ia dormir, precisava acender a luz do quarto ou da sala, se apagasse então eu me agitava e não parava mais. O médico só sorriu e pediu para ela continuar suas memórias. Ligou para a secretária e pediu para remarcar os demais pacientes, e minha mãe aí quase ficou desnorteada, sem entender nada. O médico dizia apenas para ela se concentrar e se lembrar.

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Renato Lannes Chagas
Enviado por Renato Lannes Chagas em 28/12/2024
Reeditado em 28/12/2024
Código do texto: T8228566
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