Uma história de amor interrompida provisoriamente

Gilberto Carvalho Pereira, Fortaleza, CE. 5 de novembro de 2024

O amor foi, e sempre será a mola mestra da vida. Histórias de amor rodam o mundo, são narrativas que envolvem alegria, a partir dos primeiros encontros, momentos singelos que se caminharam para verdadeiros e eternos laços de afeição, afeto e dedicação Narram, também, instantes de sacrifícios, dores, despedidas, que quebram o encanto do amor tão sonhado. Aqui, contaremos a história de duas pessoas, relatada por um terceiro, que acompanhou a trajetória de um amor perfeito, mas que o destino apontou para outra realidade.

Vamos aos fatos:

No dia 1º de novembro de 1992, Eduardo e Nalva se conheceram, ele com 25 anos de idade e ela com 19, ainda uma garota. Duas pessoas simples, honestas de princípio, qualidade própria do ser humano, que ao se conhecerem, programaram suas vidas para viverem felizes e por longo tempo. No dia do casamento renovaram o amor eterno e juraram, como um postulado, serem felizes durante todos os anos de suas vidas. Foram 32 anos de feliz união, abençoada com o nascimento de dois filhos, Dani e Eduardinho, que colaboraram para a sedimentação do amor dos pais, desenhado desde os primeiros encontros.

A convivência entre ambos era assunto entre amigos e os próprios parentes. Nunca houve um desentendimento sequer, eles gostavam de festas, de viajar, e, principalmente, ainda namorar como adolescentes. Eram felizes e alvo de admiração de quem os conhecessem. O tempo passava e não se davam conta que a roda da vida continuava girando. Eram felizes, e isso, lhes bastava! A família crescia, o amor continuava igual ao início do namoro.

Os filhos cresciam, atingiam a maioridade, a harmonia continuava reinando naquela casa abençoada. O casal não se cabia de contente, a família se multiplicando e agregando genro e nora, que passavam a acolher a cartilha dos sogros. O zênite foi alcançado com a chegada das netas Dudinha e Helena. A alegria dos avós era demonstrada a todo o momento. Eles amavam aqueles pequeninos, continuação da família Eduardo e Nalva.

O casal tinha consciência que a infelicidade um dia bateria à sua porta. Já haviam perdidos os seus pais, por isso todo o cuidado era pouco com a família. Para tê-los sempre pertos, Duda, como era chamado o Eduardo, resolveu comprar um terreno e nele construiu três casas, uma para ele e a esposa, e as outras duas, para os filhos. Fizeram uma festa para comemorar esse feito e todos estavam bastante felizes. Para os amantes, tudo ia acontecendo como eles haviam desejado. As famílias de seus filhos seguindo os postulados editados pelos pais, como uma proposição que, apesar de não ser evidente, consideravam como verdadeira, sem discussão.

Mas, essa história de amor, que teve início no dia do aniversário de 25 anos do Duda, sofreu uma pausa com a morte de sua amada esposa, justamente no dia em que ele completava 57 anos. Por uma ironia do destino, que não conseguimos entender, quis o Criador que eles se encontrassem e se despedissem num 1º de novembro. Hoje, Eduardo vive rodeado de seus filhos e netos. Pensa constantemente em sua esposa, sonhando com ela algumas vezes, sempre em um lugar belo e tranquilo, como estivesse esperando pelo seu bem-amado. Aqui na terra, ele guarda a certeza de que, mais tarde, conforme os planos de Deus, se encontrarão, outra vez.

NB: História contada pela amiga Irecê Silva – Belém, PA.

Gilberto Carvalho Pereira
Enviado por Gilberto Carvalho Pereira em 05/11/2024
Código do texto: T8190071
Classificação de conteúdo: seguro