Contos oníricos - Sonho do dia 18 para 19 de março de 2024

Eu estava internado num grande hospital de São Paulo e, de forma inusual, uma enfermeira me deu alta à noite. Houve um estranhamento na equipe do hospital e então a enfermeira chamou um médico, que penso, pelos acontecimentos posteriores, era o próprio diretor do hospital.

Então me deram muito material médico e medicamentos para eu usar em casa e me deram alta do hospital. Meu irmão, Relson, que era meu acompanhante, ficou preocupado com o fato de termos que ir para casa à noite, pois achávamos muito perigoso pegar transporte aquele horário. No início do sonho estávamos ou em Salvador ou São Paulo, era numa cidade ou noutra, por vezes numa delas, por vezes noutra e por vezes não estava claro onde de fato estávamos.

Por causa dos receios de meu irmão, decidi pedir à equipe de enfermagem para passar a noite no hospital e só voltar para casa de manhã. Eu e meu irmão éramos bastante jovens e nem conhecíamos direito a cidade, estávamos com medo de tomar condução à noite e sabíamos que o local onde estava a estação de transbordo dos transportes não era muito seguro de estar à noite, principalmente carregando tanto material e comigo ainda convalescente.

O pedido de pernoitar no hospital foi concedido, porém o recinto começou a se encher de maneira demasiada de pacientes e, de pronto, procuramos leitos para dormir porque se não fizéssemos isto de maneira rápida correríamos o risco de não encontrar mais.

Ocorreu que na troca de turno de plantão apareceram três médicos bem novinhos e a médica resolveu conferir o material que já havia sido disponibilizado a mim para levar para casa. Não confiou na nossa palavra que este material teria sido doado pela equipe do hospital e de que teríamos tido permissão para pernoitar no recinto. Ela e seus dois colegas começaram a discutir comigo e meu irmão, mesmo depois do testemunho das enfermeiras que tivemos realmente permissão para passar a noite ali e havíamos recebido o material da equipe de enfermagem.

Um fato interessante foi que esses médicos eram muito brancos e lançaram suspeitas racistas sobre nós, eu já sem pestanejar os acusei de racistas e de haver sido este o principal motivo de duvidarem das nossas afirmações, porque para eles éramos previamente pessoas não confiáveis.

Foi necessário chamar o próprio diretor do hospital, aquele que havia dado a autorização para passarmos a noite ali e para levarmos o material que eu precisaria para a minha recuperação.

Eu e meu irmão decidimos sair do hospital e ir tomar o ônibus assim que o sol raiou. No momento não era mais nem Salvador nem São Paulo, porém já era Rio de Janeiro. E, ainda assim, teríamos de ir para uma casa onde estava nossa mãe num bairro bem distante e que não sabíamos muito bem como chegar lá.

Fomos para a estação de ônibus aonde as pessoas chegavam cada vez mais para se dirigirem a seus trabalhos. Depois de perguntarmos, fomos tomar o ônibus que nos levaria para fazer uma baldeação com o metrô e depois tomarmos outro ônibus para chegarmos aonde estava nossa mãe. Ocorre que, mesmo pedindo muitas informações, tomamos o ônibus errado. E fomos informados pelo cobrador que, para irmos até nosso destino teríamos de pegar um trem e mais ônibus e demoraríamos duas horas para conseguir chegar.

Estávamos na estação de trem e o afluxo de pessoas era muito grande, veio uma conexão, porém não foi disponibilizada para transportar as pessoas. Na vinda da segunda conexão os vagões se encheram ainda mais e eu me perdi de meu irmão, olhava para todos os lados e não o encontrava, o chamava e ele não respondia. Ao desembarcar na estação do destino comecei a procurar desesperadamente meu irmão e quando o encontrei ele não estava mais com o material que carregara antes, das coisas do hospital as quais me ajudava a transportar, pois pensava estivesse comigo, ou seja, ambos deixamos onde estivemos antes, pensando estivesse com o outro. Lamentei termos perdido o material, mas fomos esperar o próximo ônibus para chegar ao local onde estava nossa mãe.

Tivemos, então, de subir uma escadaria imensa e eu, obviamente, com muita dificuldade de subir escadas. Alcançando o topo da escadaria, uma senhora nos disse que o ônibus demorava muito para chegar, tinha um trajeto longo e uma velocidade de tartaruga. Decidimos procurar outro ponto para tomarmos um ônibus menos demorado, porém vimos ser muito difícil ir até o outro ponto pois havia muitos morros e lugares não muito seguros para desconhecidos passarem.

O sonho se interrompeu neste momento. Não sei se esperamos o ônibus onde estávamos mesmo, não sei se conseguimos passar os obstáculos para tomar a outra condução e não sei dizer se, como ou quando encontramos nossa mãe. Esse sonho deu susto e sueira.

Rodison Roberto Santos

São Paulo, 19 de março de 2024

Rodison Roberto Santos
Enviado por Rodison Roberto Santos em 12/10/2024
Reeditado em 12/10/2024
Código do texto: T8171536
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