O Oceano Dentro de Mim
Havia um vilarejo escondido entre montanhas, onde os ventos sussurravam segredos que poucos ousavam ouvir. Lá vivia Marina, uma jovem que sempre sonhara em ver o mar, embora o oceano estivesse a centenas de quilômetros dali. Seu nome, uma ironia, dado pelos pais que nunca haviam deixado as fronteiras daquele lugar.
Certa noite, quando o céu parecia mais estrelado do que nunca, um viajante misterioso chegou à aldeia. Sua presença despertou curiosidade, mas também temor, pois ele trazia consigo um velho mapa. Ninguém sabia sua origem, nem suas intenções, mas Marina, tomada por um desejo incontido, foi a única que teve coragem de se aproximar.
— O que você procura? — perguntou ela, curiosa, mas cautelosa.
— Estou em busca de algo que poucos encontram: a rota para um mar oculto, onde as águas têm o poder de revelar verdades que se escondem nas profundezas da alma — respondeu o homem, com a voz grave.
Marina, fascinada pela ideia de finalmente ver o mar, perguntou se poderia acompanhá-lo. O viajante sorriu, como se já esperasse por aquela pergunta, e entregou-lhe o mapa, marcado por símbolos antigos.
A jornada foi longa e cheia de desafios. Caminharam por florestas densas, cruzaram rios e enfrentaram tempestades. Marina, apesar do cansaço, sentia que cada passo a levava mais perto de algo maior do que apenas o mar. Era como se ela estivesse em busca de si mesma, das respostas que sempre desejara encontrar.
Finalmente, chegaram ao destino: uma praia isolada, onde o oceano parecia infinito. As águas brilhavam sob a luz da lua, e o som das ondas era hipnotizante. O viajante, misteriosamente, desapareceu, deixando Marina sozinha diante da imensidão.
Ela se aproximou da água, e quando seus pés tocaram a espuma do mar, uma sensação inexplicável tomou conta de seu corpo. Memórias que ela não sabia que possuía emergiram como correntes submersas. Viu-se criança, correndo por aquela mesma praia, e então, compreendeu: o mar não era apenas uma metáfora para o desconhecido, mas um reflexo de tudo o que ela era e sempre foi.
A verdade que as águas revelaram era simples, porém profunda: o mar que ela tanto buscara nunca esteve distante. Ele sempre viveu dentro dela, nas ondas de seus desejos, nas marés de seus pensamentos e na imensidão de sua própria alma.
Marina sorriu. Agora, não precisava mais buscar. Ela havia encontrado seu próprio oceano.
Nome: Thalita da Costa
1° ano noturno
Escola: E.E.B. Elza Granzotto Ferraz