"Divagação".
Puxa... - vão longe as décadas, os anos, por que não o tempo?
Se bem me lembro, eu morava na Rua Correia Teixeira, onde?
A Rua Correia Teixeira existe, não é uma pseudo rua, fica no bairro do Realengo, que não é um pseudo bairro, fica na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, que não é uma pseudo cidade, fica em um país chamado Brasil, que não é um pseudo país, fica em um continente chamado América do Sul, que não é um pseudo continente, fica em um planeta chamado Terra, que não é um pseudo planeta, fica em uma órbita chamada terrestre, que não é uma pseudo órbita, fica em uma galáxia chamada Via Lactea, que não é uma pseudo galáxia, fica em um macro-espaço chamado Universo, que não é um pseudo universo, fica no domínio da soberania de Deus.
Bem, preciso tomar o trem, o metrô da etenidade, viajar em sentido contrário aos ponteiros do relógio, e, alcançar o ano de [1958.]. Verdade é...
O Terra desliza através de longos [45.124.838.382] quilômetros circulares e, assim, produz nada mais, nada menos do que, [48] verões, [48] outonos, [48] invernos e [48] primaveras, adornados por [576] luas novas, [576] quartos crescentes, [580] luas cheias e [576] quartos minguantes... - não vale a pena polemizar, por isso... - esclareça-se:
[What magics words I have to say for what everybody come to understand fully mine opnions?]. [Let's go ahead!].
Primeiro dos esclarecimentos: - [a Terra] ou [o Terra]... - empresto aqui a frase de Sir René Decartes... - [Cogito ergo sum, segundo a maioria dos literados (penso logo existo), eu prefiro [admito, concebo logo existo] e onde a convenção dos literatos do vernáculo português falado, no Brasil; infere:... - terra [solo] letra minúscula, terra [planeta] letra maiúscula. Se assim o for; explique-se:... - [Terra preta é muito boa para o plantio de mandioca.].
[Forty-eight years I have lived since there yet here. Sometime of suffering or of joy but I ever wanna be happy.].
Segundo dos esclarecimentos: - O número sugerido para o período considerado de quarenta e oito anos difere no que tange à fase "Lua Cheia" excedente em quatro evidências, o que se explica da seguinte maneira... - quando ocorrem duas lunações plenas no mesmo mês, a segunda lua cheia, de conformidade com um fenômeno natural, toma a coloração azul e é chamada "Lua azul".
[I understood the teachings of masters, I colocated it in practice and there's not what do do more.
Terceiro dos esclarecimentos: - Há um ditado popular que infere: - [Fulano é Maria vai com as outras] e cujo significado é... - aceita passivamente e não externa as suas visões ou pontos de vista.
Quarto dos esclarecimentos: - Há um segundo ditado popular que insere: - [Cicrano é vaquinha de presépio], ou seja, pensa, mas aceita tudo quando lhe é outorgado... - não tem opinião própria.
Desse modo, passadas os explicativos necessários, passemos sem delongas ao conto em si.
Recorda-se que, neste ano, na tenra idade [15] anos, obtendo o meu primeiro em prego fui trabalhar à Rua General Azeredo, 535-B, em uma mercearia vizinha ao bar do Arthur, um português da lendária cidade de Coimbra, o açougue do Orestes, não o Quércia, a padaria do Oswaldo, não o Brandão, a carvoaria do Juvência é; foi ali...
Foi ali que formei parte da minha personalidade em contato com o Altair, o Guilherme, o Jair, o Valdemiro... - foi nesta época que joguei futebol com o Xuxa, o Cuca, o Salvador, que depois jogou no Madureira, o Tião, o Doca, segundo sargento do exército, o Ismar, que perdeu a oportunidade de integrar a zaga central do Flamengo de Garcia, Tomires e Pavão, Servílio, Dequinha e Jordan, Joel, Rubens, Índio, Evaristo e Zagalo, isto mesmo, o Mario Jorge Lobo Zagalo... - foi nesta época que treinei no Bangu... - foi nesta época que reencontrei a Norma, então com dezoito anos, a menina com a qual estudei aos meus nove anos...
Foram ali os meus primeiros flertes... - com a Neusa, a Jacira, a Maria, a Vera, a Sílvia, a Dinéia, a Regina, a Ana Maria... - foi ali, sim, foi ali!
Foi ali que, em todas as tardes, eu brincava com a morena da Rua Alcides Bezerra que vou chamar de [Aída] e onde as nossas timidezes, as nossas introspecções, as nossas inseguranças, afastam por algum tempo... - por isso, segue, a prosa em versos...
Os anos decorrem,
Os meses,uns após os outros se sucedem,
Os dias se passam,
Os ponteiros do relógio giram,
O barulho dos segundos se fazem ouvir,
Às vezers chove,
Há outonos,
Frutos,
Invernos,
Frio,
Há primnaveras,
Flores,
Há verão,
Praias,
O tempo urge,
Há lidas,
E onde está,
Aída...
Não sei!
Estamos em [1972], domingo, [15] de outubro, são, exatamente, [18h 30m ]. Encontro-me na enigmática [Deodoro], no ponto do ônibus; preciso ir à Nova Iguaçu!
De repente,
Da multidão de gente,
Uma silhueta meia clara,
Meio obscura,
Se forma na moldura,
E retrata,
A imagem inata,
De Aída,
Em minhas iris,
Formatada...
Aída, tão bonita como d'antes, me convida para ir à Edison Passos, lugarejo fluminense. Há uma festa em família; eu reluto, pois tenho compromissos inadiáveis, mas, ao final, concordp... - concordo em descer sete quilômetros à frente e, acompanhado por Aída, chego à sala esbranquiçada de janelas azúis pálido da casa onde mora a tia de Aída...
Na sala,
Portas e janelas azúis,
Tacos encerados,
Um sofá marrom,
Aída se senta,
Scarpin preto,
Saia branca,
Blusa azul,
Aída...
O blanche,
O batom vermelho,
O rímel,
A sombra nos olhos,
Negros...
Como amêndoas,
Mais uma vez,
Está linda,
Linda como ninguém,
O comproiisso... - ah, o compromisso!
De novo a perda... - a perda do contato...
E os anos se decorrem,
Os meses,uns após outros,
Se sucedem.
Os dias se passam,
Os ponteiros do relógio giram,
O barulho dos segundos se faz ouvir,
Ás vezes chove,
Às vezes faz sol,
Há outono,
Frutos,
Há inverno,
Frio,
Há primavera,
Flores,
Há verão,
Praias,
O tempo urge,
Há lida,
E onde está,
Aída?
Não sei!
E o que se vê?
O tempo que se passa,
Impassível que constrói,
Uma dor tão crassa,
No fundo de uma taça,
Que a alma destrói.
Décadas... - quase quatro se passam e a história sucumbe à realidade da história, a estrela aonde ela, a história, está escrita, explodiu, deu origem uma nova galáxia, mas o mundo não viu e nem eu, porque a estrela sucumbiu...
Pergunta-se...
Aonde está?
Aonde está a vida?
Aonde está a estrela Aída?
Não sei!
Nem eu e nem ninguém!
Aída nasceu...
Aída cresceu...
Aída morreu...
E eu...
Mas quem sou eu?
Alguém que...
Sem Aída...
Também; morreu!
Por que a vida é assim?
Assim é, pela estrita volição de Deus, pela evidente volitiva de cada personagem que, não muito raro, escolhe o caminho a percorrer e o sofrimento pelo qual passam é uma forma de glorificar ao Criador.
Quanto a eu; conheci várias estrelas...
Neuza,
Jacira,
Maria,
Vera,
Sílvia,
Dinéia,
Regina,
Ana Maria,
Carolina,
Leila,
Regina Tereza,
Eunice,
Aparecida,
Arlete,
Isabel,
e...
Aída...
Porém, a estrela de primeira grandeza é... - Aída!
A que morreu!