*.*.* O VENDEDOR DE BATATAS FRITAS*.*.*

Carlos, o vendedor ambulante de batatas fritas, acordava todos os dias ao som do despertador às 5h30 da manhã. O pouco que recebia de um projeto social não era suficiente para pagar as contas e sustentar sua esposa e dois filhos pequenos. Mesmo assim, com perseverança, ele lutava para garantir o sustento de sua família.

Todos os dias, ele caminhava até o centro da cidade com sua pequena barraquinha, fritava batatas crocantes e tentava conquistar seus clientes com simpatia e sabor. Ao final do dia, com o que havia apurado, Carlos se dirigia ao supermercado para comprar os ingredientes necessários: sacos de batatas, óleo, temperos e embalagens. Ao olhar o pouco que sobrava, suspirava, mas seu coração estava tranquilo por ter conseguido garantir a matéria-prima para mais um dia de trabalho.

Na manhã seguinte, Carlos recebeu a notícia que poderia mudar o rumo de sua semana: um grande evento aconteceria bem em frente ao local onde ele montava sua barraca. Era a chance de aumentar suas vendas! Ele logo decidiu fritar mais batatas do que o habitual, preparando tudo com muito cuidado. Com a produção pronta, ele embalou os pacotes e chamou um carro de aplicativo para ajudá-lo a levar toda a mercadoria.

Ao chegar ao local, Carlos percebeu que seria um dia de sorte. A movimentação de pessoas era intensa, e ele já imaginava que, talvez, não voltaria para casa com nenhuma batata sobrando. Com um sorriso no rosto, ele começou a montar sua barraca.

Porém, ao se virar para organizar os pacotes, esbarrou na quina da mesa, derrubando todos os pacotes no chão. O olhar de desespero tomou conta de seu rosto. As batatas que ele havia preparado com tanto cuidado, esperando que aquele fosse o melhor dia da semana, agora estavam inutilizáveis.

Mas, antes que pudesse reagir, uma voz vinda da multidão disse: "Quanto é o pacote das suas batatas?"

Carlos, com um nó na garganta, respondeu: "Eram R$5,00."

Então, a mesma pessoa ergueu o braço e declarou: "Eu vou te dar R$10,00 pra você recomeçar amanhã." Surpreso, Carlos agradeceu, mas logo outra pessoa se aproximou e disse: "Eu também vou ajudar", entregando-lhe uma nota de R$20,00.

O inesperado começou a acontecer. Um após o outro, as pessoas ao redor se comoveram com a situação de Carlos. Em um gesto coletivo de solidariedade, as notas e moedas começaram a ser depositadas em suas mãos. A comoção tomou conta do local.

No final, Carlos conseguiu arrecadar um valor significativo, suficiente para comprar a mercadoria da semana inteira. Mais do que isso, o dinheiro que sobrou seria o suficiente para fazer as compras de casa, algo que ele tanto precisava.

Com lágrimas nos olhos, Carlos agradeceu a todos. Não era apenas o dinheiro que o emocionava, mas o reconhecimento de que, apesar das dificuldades, ainda existiam pessoas dispostas a estender a mão. Naquele dia, ele voltou para casa com o coração cheio de esperança, certo de que, com determinação e solidariedade, ele poderia continuar lutando por sua família.

Nêrilda Lourenço
Enviado por Nêrilda Lourenço em 11/09/2024
Código do texto: T8148924
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