Gato Branco, o ladrão arrependido.
Um ladrão, chamado por seus comparsas de Gato Branco, refletia sobre um furto que tinha cometido há poucos minutos, ao tomar a bolsa de uma velhinha, após o furto ficou sentindo um remorso profundo. Ao chegar em seu barraco e ver a bolsa com calma, percebeu que era velha e mostrava sinais visíveis de desgaste, como rachaduras no couro, arranhões e boa parte estava desbotada. Gato Branco ficou um tempo parado pensando. Abriu a bolsa, encontrou várias cartelas de comprimidos, receitas médicas, um óculos de grau e uma miniatura do Novo Testamento com uma dedicatória dos Gedeões. Muito perturbado, despejou o conteúdo da bolsa em uma mesa velha improvisada dentro do seu barraco. Entre as coisas, havia um pente, um lenço de seda e uma bombinha para asma. Mas quando ele pegou uma fotografia e viu a senhora ao lado de um senhor idoso em uma cadeira de rodas, e ao lado deles, um rapaz jovem, pouco mais velho que ele, Gato Branco já estava em lágrimas, e sua mente não parava de relembrar cada furto, cada roubo que tinha cometido em sua curta vida. Pegou a sua arma, que era seu instrumento de trabalho ilícito, e sentiu um desprezo profundo por ela, sentindo muita vergonha de si mesmo. Lembrou dos conselhos que tinha recebido de um grupo de evangélicos quando estava na prisão. Neste momento, recordou que tinha guardado um panfleto recebido do grupo cristão, e também veio à sua mente a fotografia que tinha tirado com os irmãos da igreja. Depois daquelas reflexões, virou a chave de sua vida. Não conseguia mais continuar naquela vida desregrada. Olhando para o panfleto, percebeu o endereço da igreja. Em uma tarde chuvosa de domingo, saiu do barraco em busca daquela capela. Depois de chegar ao local, entrou no templo envergonhado, mas sentindo um certo alívio. Foi bem recebido pelo porteiro da igreja e conduzido a um banco onde foi acolhido por membros que já estavam sentados aguardando o culto começar. Foi muito gratificante. No final, o pastor conversou com ele, e na conversa foi lembrado da visita na prisão, e depois que Gato Branco contou os detalhes da visita, o pastor emocionado disse: "Fui eu que naquele dia coordenei a visita àquele presídio." Gato Branco, ansioso, falou com a voz trêmula: "E a foto?" O pastor o levou para o seu escritório e abriu uma pasta onde tinha dezenas de fotos e começou a procurada e também a explicar algumas fotos de visitas marcantes que ele e o grupo tinham feito durante proselitismo nos presídios, até que ele disse: "Pronto, encontrei." Gato Branco rápido, tomou da sua mão ofegante e ficou paralisado, atônito. "O pastor," disse, "você está bem?" E Gato Branco disse: "Quem é essa senhora aqui ao seu lado?" O pastor disse: "Essa é uma mulher de Deus, dedicou toda sua vida aqui na igreja ajudando delinquentes e encarcerados mesmo sem recursos, porque é muito pobre e doente. Ela sempre encontra força para ajudar aqueles que, por alguma razão, se encontram presos, e os trata com muito amor. É uma mãe para eles." Gato Branco, murmurando e balançando a cabeça, disse: "Essa é a mulher que eu roubei a sua bolsa."